Depois de quase três meses de angústia, o pastor Darwin Wick, ministro da Igreja Batista do Calvario (IBC), foi solto na última sexta-feira (4/5). Com a experiência vivenciada no centro de detenção para imigrantes, o pastor quer se dedicar a dar apoio aos imigrantes presos. O religioso pretende montar uma equipe para levar solidariedade aos presos.

“Quero estar mais envolvido. Muitos dos brasileiros que vi lá poderiam ter recebido mais visitas, ter mais apoio de suas famílias e da comunidade. Quero voltar a prisão, mas desta vez com um sentido religioso”, disse o pastor que foi preso em sua própria residência quando autoridades de imigração foram a sua casa, em Linden (NJ), no dia nove de fevereiro. O pastor Darwin pagou uma fiança de U$ 5 mil pela sua soltura. O ministro foi recebido com festa pelos membros da IBC que sairam em carreata pelas ruas da cidade de Newark na noite de sexta-feira.

“Quando cheguei à igreja as pessoas me abraçaram, me pegaram e jogaram para o alto. Foi uma tremenda recepção”, lembra. O pastor pode ser liberado porque a juíza responsável decidiu pela reabertura do seu caso. Darwin tinha um mandado de deportação expedido desde 1995. Agora, segundo ele, poderá aplicar para a sua regularização de duas maneiras: através da igreja, como religioso, ou pela sua esposa que fará o teste de cidadania americana no dia 26 de julho.

“Considero o meu caso um milagre, já que eu tinha uma deportação final. Além disso, minha esposa aplicou para a cidadania e em duas semanas já foi chamada para os exames”, comemora.Segundo relatou a esposa do pastor em matéria para o Brazilian Press da edição 1123, a também pastora Vânia Wick, o caso já vem se arrastando há cerca de 12 anos.

“O nosso grande problema foi o mal trabalho de advogados que classificaram o pedido dele como de asilo e não como religioso como deveria ter sido”, diz Vânia ressaltando que o pedido de legalização do pastor Darwin havia sido encerrado, porque teve o pedido de visto negado por três vezes no decorrer de todo o processo, iniciado há cerca de 12 anos.

Angústia

Por diversas vezes a família esperou que ele saísse. A pastora Vânia chegou a pensar que ele sairia em 19 de março, o que não aconteceu. “Esse tempo lá eu vi que os advogados trabalham do mesmo jeito. Falam semana que vem você sai. Te dão sempre esperanças mas, na verdade, não é assim. Meu caso era uma deportação final”, comenta.

Com o dia de sua saída cada vez mais distante, o pastor conta que, ajudar os outros foi um bom método de escapar dos próprios problemas. “Você se torna muito vulnerável e sensível em uma situação como esta. As suas emoções vão “up and down”.•

Fonte: AcheiUSA

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