Um arcebispo alemão foi duramente criticado neste sábado após ter se referido à arte moderna como uma “degeneração”, termo utilizado pelos nazistas para justificar sua perseguição a artistas durante o Terceiro Reich.

O cardeal arcebispo de Colônia, Joachim Meisner, afirmou que a arte que não tem relação com a religião era “entartete kunst” (arte degenerada), uma expressão que tem fortes conotações ligadas ao Terceiro Reich e à proibição de algumas formas de arte.

“Quando a cultura não está ligada à religião, à adoração a Deus, ela se converte em um rito e a arte se degenera”, disse Maisner durante um sermão na catedral de Colônia na sexta-feira.

Meisner se defendeu em uma emissora católica, alegando que sua intenção era dizer que “quando arte e religião não estão unidas, ambas são prejudicadas”.

Mas as desculpas não evitaram a chuva de críticas sobre o cardeal. O ministro para o estado da Renânia do Norte-Westfalia, Michael Vesper, declarou que “pensava que esse tipo de coisa já era história na Alemanha. No entanto, há um alto membro da Igreja Católica que ainda as usa”.

O secretário-geral do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Stephan Kramer, qualificou Meiser, conhecido por suas posições conservadoras, como uma figura “notoriamente incendiária”.

Quando chegaram ao poder, em 1933, os nazistas proibiram a exposição em museus alemães de aproximadamente 20.000 obras de arte, principalmente expressionistas, e artistas como Wassily Kandinsky, Paul Klee e Edvard Munch foram perseguidos.

Fonte: AFP

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