Um arcebispo africano cujo casamento em 2001 causou um escândalo na Igreja Católica Romana disse nesta sexta-feira em uma entrevista que voltou com a esposa e que estaria preparado para as conseqüências.

O arcebispo Emmanuel Milingo, que no mês passado desapareceu de sua residência nas imediações de Roma, reapareceu ontem em uma entrevista coletiva em Washington D.C. dizendo estar vencendo a causa dos padres casados.

Milingo chocou a igreja ao se casar com a acupunturista sul-coreana Maria Sung, em uma cerimônia presidida pelo reverendo Sun Myung Moon, da Igreja da Unificação. Depois ele renunciou ao matrimônio, com as ameaças do Vaticano de que iria excomungá-lo.

Agora, na entrevista televisiva, Milingo disse que considera que o casamento “é para toda a vida”, acrescentando acreditar estar fazendo o que é certo. Ele adiantou ainda que seu novo objetivo, a partir de agora, será lutar para acabar com o celibato na Igreja.

O Vaticano informou ontem que está preparado para agir e que não haveria outra alternativa senão a de condenar o religioso.

Vaticano lamenta declarações do ex-arcebispo de Lusaka

O Vaticano lamentou, sábado num comunicado, as declarações atribuídas ao ex-arcebispo zambiano controverso, Emmanuel Milingo, que sugere que os padres católicos sejam autorizados a casar-se.

Desaparecido em 2001, o ex-arcebispo de Lusaka, que tem actualmente mais de 70 anos de idade, chocou com o mundo católico quando reapareceu em Nova Iorque (Estados Unidos) para se casar com Maria Sung, uma acupuntora sul-coreana de 43 anos de idade, durante uma e missa presidida pelo reverendo Sun Myung Moon, da Igreja da Unificação.

O defunto Papa João Paulo II interveio pessoalmente para salvar Milingo duma possível excomunião e, depois dum ano de reabilitação na América do Sul, partiu para um convento perto de Roma, capital italiana.

Mas, Milingo deu novamente que falar quando desapareceu em Junho passado para reaparecer quarta-feira última em Washington DC (Estados Unidos), onde teria dado uma conferência de imprensa sugerindo que os padres católicos sejam autorizados a renunciar ao seu voto de celibato eclesiástico.

Ter-se-ia casado com Maria Sung apesar de a Santa Sé se ter oposto a esta união em 2001.

O Vaticano disse, num breve comunicado, não ter recebido ainda “informações precisas sobre o objetivo da viagem para os Estados Unidos do monsenhor Emmanuel Milingo, arcebispo emérito de Lusaka, na Zâmbia”.

“No entanto, se as declarações que lhe foram atribuídas relativamente ao celibato eclesiástico forem verdadeiras, a Igreja só as vai deplorar”, acrescentou o comunicado do Vaticano.

O celibato eclesiástico é uma doutrina única que distingue os católicos das outras confissões cristãs mas os peritos religiosos estimam que o questionamento desta doutrina só poderá complicar o problema dos padres abusivos que a Igreja Católica, que possui cerca de um bilhão de fiéis, tenta controlar.

A religião cristã em geral atravessa momentos difíceis face à profunda divisão da comunidade anglicana entre os seus pastores puritanos africanos e os seus homólogos europeus mais liberais no que diz respeito à ordenação oficial dos padres homossexuais.

Fonte: PanaPress

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