A Arquidiocese de Porto Alegre (RS) diz ter sido vítima de um golpe que lhe causou um prejuízo de R$ 2,5 milhões.

O caso envolve um vice-cônsul de Portugal e uma suposta ONG belga, que pediram o valor como garantia a fim de liberar R$ 12 milhões para o restauro de igrejas de arquitetura lusitana no Rio Grande do Sul.

Os R$ 12 milhões nunca foram enviados, e o governo português, que a arquidiocese acreditava estar por trás do acordo, diz que não sabia de nada. Para a polícia, a igreja sofreu estelionato.

O suposto golpe começou em junho de 2010. Precisando de fundos para as obras, a arquidiocese procurou o vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Adelino Cruz Pinto.

Segundo a arquidiocese, Pinto afirmou que seu governo estava interessado, mas que a doação seria intermediada por uma ONG belga.

Três padres foram a Lisboa negociar o acordo. A suposta ONG pediu R$ 2,5 milhões como caução. O valor foi depositado na conta do vice-cônsul, segundo a arquidiocese.

Em janeiro, os padres o procuraram. Ele disse que já havia mandado o dinheiro da caução para a ONG. Em março deste ano, a arquidiocese decidiu procurar a polícia.

“O vice-cônsul usava o selo do governo português. O depósito foi feito na conta dele pois ele disse que a representação diplomática não tinha conta”, diz o advogado da arquidiocese, Luciano Feldens.

De acordo com o delegado Paulo Jardim, o vice-cônsul foi autor de um golpe.

O inquérito não foi concluído porque Pinto possui imunidade diplomática. O advogado da arquidiocese estuda como reaver o valor.

Atualmente, Pinto está em Portugal, onde é investigado pela corregedoria do serviço diplomático do país, segundo o governo português.

Segundo o padre César Padilha, o golpe representou um prejuízo grave. “As obras já estavam em andamento, agora não sabemos como pagar.”

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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