A igreja católica do México lançou hoje severas críticas ao Congresso mexicano, qualificando-o de “irresponsável”, e considerou que os legisladores se distanciaram do bem comum do país.

A Arquidiocese Primada do México escreveu em um editorial de seu órgão informativo que a atual legislatura é “uma das mais irresponsáveis das que se tem memória” e sustentou que os deputados e senadores se dedicam mais a assuntos partidaristas que ao bem geral da nação.

“Quase nada prospera por conta da enorme divisão que impera e pela incapacidade de diálogo que manifestam uns contra os outros”, afirmou o informativo.

O editorial também criticou os três principais partidos políticos mexicanos (Revolucionário Institucional, PRI, opositor de centro; Ação Nacional, PAN, de direita e no governo; da Revolução Democrática, PRD, opositor de esquerda) às vésperas do primeiro informe do governo do presidente Felipe Calderón, que será divulgado no dia 10 setembro.

A Igreja Católica alertou que no México está para ser visto no próximo dia 10 “um novo capítulo de contradições: o PRD com suas negativas que o caracteriza; o PRI, indefinido e volúvel, e o PAN sem força argumentativa e negociadora que leve adiante os acordos”.

O editorial intitulado “Inmadurez legislativa” (Imaturidade legislativa) sustentou que todos os setores do país estão de acordo com a urgência de mudanças estruturais, “menos aqueles que devem procurar estes caminhos”.

Sobre o PRD, o relatório lembrou que no ano passado seu grupo parlamentar “tentou de maneira grosseira e violenta” impedir a tomada de posse de Felipe Calderón, que ganhou por meio ponto percentual as eleições de 2006, desqualificadas pelo opositor esquerdista Andrés López Obrador, que alegou terem havido fraudes.

A Igreja assegurou que na data os legisladores do PRD “continuam em uma clara contradição política, obcecados com o tema ‘fraude’ que ninguém viu nas eleições federais do ano passado, nem os observadores nacionais nem os estrangeiros, nem as pesquisas, nem as diversas revisões realizadas”.

Dos legisladores do PRI, o edital disse que “seguiram com suas práticas antigas, sendo pouco confiáveis, negociando por debaixo do pano para não assumir os custos políticos das decisões e compromissos que necessariamente se devem tomar”.

Do PAN, a Arquidiocese questionou sua presença como primeira força política, pois “parece débil, sem aliados nem contundência para avançar em mudanças estruturais”.

“Pouco faz para fortalecer as posturas do Executivo, que em muitas ocasiões deve avançar apoiado em sua habilidade pessoal”. O editorial conclui afirmando que os partidos pequenos “estão praticamente ausentes”.

Fonte: Ansa

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