Templo da Assembleia de Deus Ministério Belém
Templo da Assembleia de Deus Ministério Belém

Tentando atrair apoio de evangélicos em São Paulo para subir nas pesquisas, na sua corrida ao Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), sancionou, na última quinta-feira (7), projetos de lei que tornam duas alas da igreja Assembleia de Deus patrimônio cultural, histórico e turístico do Estado de São Paulo: o Ministério de Madureira, de autoria do deputado Cezinha de Madureira (PSD), e o Ministério de Belém, da deputada Marta Costa (PSD).

As duas propostas tramitavam na Assembleia Legislativa desde o ano passado. Cezinha argumentava que o Ministério de Madureira “se traduz em morada de fé para milhões de fiéis” e Costa afirmava que o Ministério de Belém sempre trabalhou “em favor do povo e da cidadania”.

Na lei, são escassos os efeitos práticos. De acordo com o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), em nota, a inscrição de uma entidade no patrimônio cultural “constitui apenas uma homenagem, uma forma de reconhecimento”.

É em termos eleitorais que o cenário se altera. Segundo dados do IBGE, a Assembleia de Deus é a principal igreja evangélica do país, com mais de 12 milhões de fiéis –fatia relevante de votos para França, que conta com apenas 3% das intenções de voto segundo a mais recente pesquisa do Ibope, em empate técnico com Luiz Marinho, pré-candidato do PT.

O deputado estadual Caio França (PSB), filho do governador e uma das lideranças de sua pré-campanha, nega que haja algo de “sistemático ou específico” no relacionamento de seu pai com representantes neopentecostais.

“São apenas valores morais e cristãos comuns que nos unem”, afirma.

Essa não é a primeira aproximação de França com o eleitorado evangélico.

No último dia 31 de maio, ao participar da Marcha para Jesus, em São Paulo, o governador indicou “muita fé” como remédio para a segurança pública e afirmou que “não adianta colocar polícia, vigiar, se Deus não estiver no controle”.

Na mesma ocasião, líderes da igreja Renascer pediram que França se ajoelhasse enquanto fiéis oravam pelo sucesso de seus próximos meses de governo.

Fonte: Folha de São Paulo

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