A Associação de Preservação do Cambuci e da Vila Deodoro lançou nesta sexta-feira (30) um abaixo-assinado pedindo a desapropriação do terreno na Zona Sul de São Paulo em que funcionava a sede da Igreja Renascer, cujo teto desabou no dia 18 de janeiro matando nove pessoas e ferindo mais de cem.

O abaixo-assinado foi lançado durante uma reunião no Clube dos Lojistas do Cambuci, na Rua Clímaco Barbosa.

Segundo o presidente da associação, Gilberto Amatuzzi, a ideia é construir na área um museu do cinema e um memorial. “Nós queremos usar aquele espaço como um local de lazer e cultura e também construir um memorial às vítimas da Renascer”, disse. A proposta de construção de um museu do cinema surgiu porque no local, antes de a Igreja comprar o espaço, funcionava o Cine Riviera, um dos primeiros de São Paulo.

A previsão da associação é de que o abaixo-assinado circule por cerca de dois meses não só pelo bairro, mas por toda a capital paulista. “Vamos levantar o maior número de assinaturas possível. Queremos sensibilizar a prefeitura para o uso racional daquele espaço.” Ele contou que estuda também a possibilidade de colocar o abaixo-assinado na internet para conseguir recolher um número ainda maior de assinaturas.

Amatuzzi afirma que a associação tomou a medida porque muitos moradores da região reclamavam da existência da igreja no local. “Não tem nada com a religião evangélica, mas com a questão do uso racional do espaço diante da lei. É um grande fluxo de pessoas para um bairro residencial, a poluição sonora ia além dos limites permitidos por lei”, disse.

Em nota, a assessoria da Igreja Renascer disse que reconhece o trabalho que a associação realiza há anos, mas acredita que a instituição “mostra que não conhece tão bem a região, como quer demonstrar, ao titulá-la como residencial. Poderia conversar mais com os comerciantes locais, ver suas reais necessidades e como eles estão sofrendo com a paralisação das atividades do templo desde o acidente”.

A Secretaria de Governo e Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo, responsável pelas desapropriações nesse tipo de situação, disse que, como não foi notificada sobre o assunto, não irá se pronunciar.

Fonte: G1

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