Formado por Kim, Julio Cezar e Guilherme, o trio faz em seu 21º álbum de carreira uma homenagem ao Rei do Rock e lança “The Elvis Music”. No bate-papo do UOL, eles falam sobre o CD em homenagem a Elvis Presley, detalhes sobre o CD e DVD duplo “20 Anos de Sucesso” que lançam em novembro e a separação entre música e religião.

Confira abaixo a integra da entrevista no Bate-Papo UOL. Os erros de português se devem pelo fato de que o bate-papo foi transcrito na íntegra, sem correções. Lembramos que as perguntas foram feitas pelos internautas assinantes do portal UOL:

Catedral: Vamos começar cantando “Blue Suede Shoes”…

Catedral: Para escolher o repertório do disco “The Elvis Music” fizemos uma pesquisa da trajetória do Elvis desde o início de sua carreira pegando as músicas mais interessantes…

thiago Maceió: primeiro gostaria de parabenizar, o Catedral por esse ótimo trabalho, e a galera de Maceió ta esperando um show da maior banda de pop/rock nacional

Catedral: Com a banda está completando 20 anos de estrada este é um ano comemorativo. E estamos lançando dois projetos importantes. Primeiro é este disco “The Elvis Music” e paralelo a isso gravamos o CD e DVD duplo “Catedral – 20 Anos na Estrada ao Vivo ” que sai agora em novembro. As datas de lançamento deste show serão nos dias 28 de novembro em BH e 29 de novembro na Rio Sampa. Mas ainda irá rolar muita coisa, iremos passar por quase todas as capitais.

EDINEY GIOVANAZZY: gostaria de saber como é pra vcs fazerem esse disco em homenagem ao Rei do rock?

Catedral: Ediney Giovanazzy, para mim foi alucinante, uma idéia que surgiu, um desafio muito grande. Fomos contra coisas muito míticas. Por exemplo, acham que não se deve mexer em determinados trabalhos pela própria posição da pessoa em sim, o Elvis é o maior artista de todos os tempos. Agora, eu já penso o contrário porque fizemos em forma de homenagem ao seu trabalho com toda a humildade e com a nossa cara. E o que mais marcou foi a aprovação maciça dos fãs do Elvis. Várias pessoas de fã-clubes mandaram mensagens dizendo que adoraram o nosso trabalho.

Dowglasz: já faz um tempo eu nao ouço falar no Catedral. estaria eu demasiado alheio?

Catedral: Dowglasz, em termos de rádio acho que sim. Porque o Catedral não participa deste esquema de rádio. Temos uma gravadora que é a New Music que tem certos preceitos, então não participamos desta ciranda do jabá. Realmente dificilmente somos vistos em SP. Temos um público formado durante 20 anos de carreira, tocamos nas rádios por qualidade de som e não por grana. Os grandes empresários do rock nacional acabaram com o rock nacional. Eles começaram a inventar produtos totalmente desqualificados em termos de talento e de musicalidade. Colocam isso como se fosse uma verdade absoluta, como se fosse um produto bom. O que falta aqui é cultura musical. Então o que aconteceu foi que o mercado sertanejo deu um pulo grande, assim como o popular, e o rock perdeu muito espaço devido a pouca qualidade que tem hoje em dia dentro dos meios de comunicação pagos. Não temos rabo preso com ninguém, então podemos falar isso que continuamos vendendo.

Jander: Como está a resposta do público a esse cd The Elvis Music

Catedral: Jander, tem recebido bem também. Mas por termos sido uma banda evangélica por 12 anos levamos muita porta na cara. Quando mudamos para ser uma banda popular queríamos separar a questão de fé e de trabalho e aí muita gente continuou nos massacrando até por isso. Tem uma parcela do mercado evangélico que continuou curtindo o Catedral, mas não temos a pretensão de agradar 100% ninguém em nenhum trabalho. Não temos nenhuma pretensão que este trabalho alcance um número regular em termos de carreira.

Catedral: O Elvis saia do seu show disfarçado para entrar em uma igreja para ouvir os corais, os grupos de harmonia dos corais. Quem canta gosta de ouvir quem canta bem. Eu acho que tem que ser preso quem chega a um microfone sem saber cantar, é um crime contra o ouvido da humanidade, contra a cultura. Quem quer ser cantor tem que saber cantar. Se as pessoas escolhessem para ouvir como quem escolhe um médico seria uma coisa muito diferente.

kaik: kin vc ainda e cristao? e que rola um tumuto ate hoje que vc foi no programa do gordo e dise que nao era mais crente ai no dvd vc dise que tudo aquilo nao pasou de uma mentira mas como e que vc apareceu la? min explica.

Catedral: kaik, eu sou cristão, o termo crente é até chulo. Nunca neguei que sou cristão, mas estou trabalhando, não tem espaço para religião. E não vamos falar de religião aqui, estamos falando sobre o nosso trabalho. Todos nós somos cristãos e ponto final. E a gente nunca foi a este programa. Houve um boato de que fomos para o programa do Jô, mas nunca houve isso.

mik: Kim o catedral sempre tem ótimas odeias agora com este cd com musicas do Elvis,podemos esperar mais surpresas pela frente?

Catedral: mik, colocamos um novo braço dentro de nossa carreira que é fazer coisas extras. Continuamos fazendo as nossas coisas normais, mas estamos a fim de fazer outro projeto diferente. E outro projeto que sairá em breve é o MPB Rock em que pesquisaremos clássicos antigos da MPB e transformaremos em uma linguagem atual de rock e com a nossa cara. Isto não tem data para ser feito ainda. Outro projeto é este que estamos mostrando agora “The Elvis Music” como DVD com mais seis músicas.

Jovem: Tudo bem, é um prazer, nesse novo álbum vcs irão manter o tradicional ritmo gostoso da banda ou pretende mudar o estilo um pouco?

Catedral: Jovem, não tenho vergonha de dizer que é total né. Quando canto na região do Elvis é como se cantasse em minha casa, estou na região da minha voz mesmo. Por isso que quando comecei me colocaram como imitador do Renato Russo. A minha voz tem particularidades que a do Renato não tinha. Se for ver tem vários exemplos. Aqui as pessoas gostam de depreciar um trabalho que elas não conhecem, dizem que querem pegar uma carreira já estabelecida. Eu não ligo, a minha voz é essa, sempre procurei me esmerar no trabalho do Elvis por isso que surgiu toda esta questão. Isto é rock n roll dos primórdios. Eu sempre escutei muitos cantores como Elvis, Sinatra… sempre escutei música em vários formatos, mas sempre de qualidade. Eu quero ver os críticos falarem que eu não canto. Como não podem falar isso, dizem que sou imitador. A pessoa tem que ser coerente naquilo que faz e escreve. Nunca tivemos esta força, esta ajuda, somos da Baixada Fluminense sem padrinho musical. Então o que estes caras representam para gente?

W. Quintana: Boa tarde a todos da banda e do Chat, gostaria de saber como está a distribuição do album e como se dara o show do mesmo?

Catedral: W. Quintana, não estamos preocupados em fazer shows deste trabalho porque ele é atemporal, é para ser feito a longo prazo. Em SP faremos dois pocket shows. Na quinta-feira estaremos na Fnac Morumbi e na sexta-feira Saraiva do shopping Pátio Paulista. O “The Elvis Music” é um trabalho paralelo.

W. Quintana: Se fosse possível e vc kim tivesse a oportunidade de fazer um dueto com o rei, qual música escolheria?

Catedral: W. Quintana, eu não me atreveria. Receber este carinho dos fãs do Elvis me deixou muito feliz, mas nunca teria a pretensão de cantar alguma coisa com ele, pois ele é demais.

Catedral: O cantor de rock tem que cantar de tudo, se não cantar ele não canta. Elvis era assim, por isso tiro o chapéu e não só para ele.

Catedral: Eu gostava do Elvis, mas depois deste projeto passei a admirá-lo mais. (Guilherme) Hoje curto muito mais Elvis do que eu curtia devido a influência do Kim. (Julio Cezar) Foram dois exemplos que eu tive para a minha formação musical, o Elvis cantando e o Beatles como composição. (Kim)

mah: Catedral, vcs acham que o cd the elvis vai trazer uma fama internacional pro catedral?

Catedral: mah, deve sair em alguns países, não sei se vai trazer fama internacional para a banda. Mas dentro de uma linguagem mundial é muito bom que conheçam o nosso trabalho. A nossa pretensão foi fazer uma coisa independente dentro de nosso estilo. O CD ganha uma personalidade muito forte e diferenciada com isso. Recebemos vários elogios de várias pessoas no mundo no MySpace. Temos três MySpace (myspace.com/bcatedral, www.myspace.com/kimthevoice, www.myspace.com/catedraltheelvismusic).

midi: Olá, boa tarde. Parabéns pelo trabalho de vcs. Gostaria de saber qual a música que vcs consideram o maior sucesso da banda e por quê.

Catedral: midi, é difícil porque a banda Catedral não é de mídia nem de marketing. Em termos de shows alcançamos algumas coisas no eixo Rio-SP com as músicas “Eu amo amar você”, “Tchau” e “Quem disse que o amor pode acabar”.

Aídre: Kim é verdade que vc antes de montar uma banda de rock gospel vc vendia cachorro quente no maracanã?

Catedral: Aídre, não precisei fazer isso. Eu comecei a estudar psicologia, mas tive que optar pela carreira de músico, a minha paixão maior.

RodrigoLippi: Falando um pouco de 20 anos na estrada. Vc tem escrito em seu blog q o som esta incrivel, vcs ja escolheram a musica de trabalho? quando vai estar disponível?

Catedral: RodrigoLippi, estará disponível em breve. Quero deixar claro uma coisa fundamental, o nosso fã tem que ter consciência de que todos foram atingidos com a questão da pirataria. É fundamental que mesmo com acesso a música na internet, que se baixe a música por um veículo oficial, senão você estará matando o artista que gosta. Existem muitas pessoas envolvidas nisso. É fundamental que vocês ouçam mesmo, a internet está aí para isso, é o futuro. Mas é importante que vocês comprem os trabalhos de seus artistas favoritos, senão em breve eles desaparecerão, irão acabar vendendo cachorro quente…

DaviHigino: Sou dos fãs que conhecem ha anos a tragetória de vcs e já cansei de defender a banda, rsrs. Gostaria de entender o posicionamento sobre os 2 mercados. Ao sair do gospel, vocês pareciam se posicionar firmemente no mercado popular, e hoje você parecem interessados nos 2 mercados, sem se preocupar com rótulos, como antes. Ao que se deve isso? Maturidade?

Catedral: DaviHigino, sem dúvida. Quando rompemos éramos a banda mais famosa dentro do mercado gospel no Brasil. Tínhamos que ser muito fortes em nossa posição com uma atitude diferente. Louvor é uma coisa da fé e aí teria que ser uma coisa de graça. Por isso separamos o nosso trabalho da religião. Como para toda ação há uma reação, muita gente foi contra nós. Fomos firmes em nossa postura de que em nosso trabalho não caberia mais a questão religiosa, a de que não exploraríamos mais a religião para ganhar dinheiro. Com o tempo vimos que grande parte de nosso público do passado passou a curtir a banda assim como pessoas de outros mercados também. Então se ainda curtem este trabalho não vou pedir para não curtirem, mesmo porque eu ainda sou cristão. O público entendeu o que queríamos. Não estamos mais preocupados com a religião das pessoas, mas com as pessoas que curtem o Catedral.

Catedral: Foi um período de transição muito difícil. Nunca fomos de criar barreiras, tivemos barreiras pelo estereótipo que nos impuseram. Para tocarmos na primeira rádio em SP demorou muito, e éramos de uma major, a Warner. A nossa proposta era altamente popular e demorou bastante para tocarmos em uma rádio, mas quando tocou foi sucesso. Não tenho que pedir para tocar, eles sabem que se tocarmos irá ter público. Mas tudo bem, as pessoas têm que entender que enquanto formos testados iremos fazer sucesso. Na MTV todas as vezes que participamos fomos sucesso. Para mudar isso demora um tempo. O preconceito não está com nada, mas infelizmente existe, infelizmente sofremos bastante.

Lauder: Kim após os 20 anos, você já tem projeto pra um Cd inedito do Catedral ?

Catedral: Lauder, temos um contrato muito bem feito, renovamos agora, foi a nossa melhor renovação de contrato. Isso é difícil de existir no mercado. A nossa gravadora tem que lançar dois CDs do Catedral em dois anos e mais dois CDs de carreira solo meu, todos inéditos. Tem tanta coisa no contrato que não sei como conseguirei fazer.

rick: eu gostaria de saber quem deu a ideia de botar o nome da banda de catedral???

Catedral: rick, foi do meu irmão Cézar que faleceu. Não tem a ver com a questão religiosa, ela soou bem e ficou.

W. Quintana: Diego Cezar como está sendo tocar com essa grande banda? muito nervosismo no 1° show? e aproveitando, seja bem vindo a essa familia, a familia Catedratica,rsrs

Catedral: W. Quintana, para mim sempre foi muito direto, eu sempre os escutei desde criança. Está sendo um prazer imenso tocar com eles. Com certeza no primeiro show fiquei nervoso, mas depois fiquei mais a vontade. (Diego) Desde a morte do Cézar, um guitarrista com uma qualidade diferenciada, não temos um cara tão bom em termos técnicos de tirar som como o Diego. Estamos com ele há quatro meses. Já gravou um DVD com a gente. Tem uma técnica muito apurada, estamos muito bem servidos de guitarrista agora. É a melhor formação que temos desde que faleceu o meu irmão. (Kim)

oficina g3: como q vcs superaram amorte do cesar??? como foi o primeiro show sem ele, qual foi a reação de vcs?

Catedral: oficina g3, foi muito ruim, nem tenho como te explicar. Porque a nossa formação era básica, íamos fazer 15 anos de carreira. Era sempre assim, eu no centro, o Guilherme como baterista mais atrás, o Júlio a minha direita e o Cézar a minha esquerda. Era uma formação tradicional, bem rock n roll mesmo. E o Cézar musicalmente era diferenciado. O que aconteceu foi que no primeiro show eu nem olhei para a esquerda. E o guitarrista nem pôde ficar na nossa linha, era muito difícil. Mas tivemos que continuar, tivemos que superar isso com muita força e muita vontade. Graças a Deus, o CD “Acima do Nível do Mar” vendeu 150 mil cópias, alavancou a banda de uma maneira muito forte. Com isso tudo não precisa dizer mais nada. Depois de uma tragédia terrível conseguimos superar e estamos aqui de pé trabalhando.

Himeneu: Kim, que nota vc dá pro seu inglês?

Catedral: Himenen, eu entendo muito mais que falo. Estudei inglês quando era pequeno, com 14 anos eu já estava formado. Quando não se tem a prática da conversação se perde a fluência do inglês. Para cantar é tranquilo. Ninguém me criticou, todos curtiram bastante. Às vezes posso errar alguma palavra. Mas tá dando para o gasto.

Catedral: A nossa gravadora é a New Music que é da Rede Record. O Catedral estreou este selo, depois foram as novelas e depois foi para o popular. Nunca fomos trabalhados como deveríamos ser. Até gostaríamos de saber como seria um trabalho nosso com mídia, aparecendo em programas com um ibope alto. Quando estive na Warner pensei que ela fosse arrebentar em investimentos. Ela conhecia os nossos números, mas nunca fomos trabalhados como é trabalhado outras bandas. Também não nos queixamos. Temos outro tipo de abordagem, preferimos assim.

Catedral: Sempre tivemos liberdade total em termos de repertório e de trabalho. Tem programas de TV que não fazemos de jeito nenhum. E certas coisas que não compactuamos não participamos. Porque temos uma autonomia de carreira, isto é legal, é o nosso alicerce.

solares: Sou de Manaus- há muito tempo vcs nao pintam por aqui, já existe uma programacao de shows pelo Brasil e você, Kim, incluirá Manaus no roteiro? Abraços a todos

Catedral: solares, esta é uma capital que nos interessa muito fazer, devemos fazer Belém e Manaus. Mas não é para agora. Porque primeiro temos que lançar o nosso CD.

Jesse Garon: mais dúvidas: vcs precisaram de alguma autorização especial para gravas as canções do Rei? Foi muito complicado?

Catedral: Jesse Garon, não tivemos nenhuma complicação. Mas claro que precisamos de uma autorização. Tivemos que pedir permissão para gravar. Nunca tivemos problemas com estas coisas em nossa carreira.

Catedral: Para encerrar vou tocar “You’ve Lost That Lovin’ Feelin”…

Geovanna/UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de Catedral e de todos os internautas. Até o próximo!

Fonte: UOL

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