Com o apoio da grande maioria, o Parlamento regional da Baviera, no sul da Alemanha, elegeu o advogado luterano Günther Beckstein, 64 anos, como ministro presidente da Baviera.

Beckstein assume o cargo depois da renúncia de Edmund Stoiber, 66 anos, seu colega no partido União Cristão Social (CSU), que exercia a função desde 1993.

Beckstein é luterano, integra o Sínodo da Igreja Evangélica da Baviera desde 1996 e é casado com a professora de ensino religioso, Marga Beckstein, 62, com quem tem três filhos. Primeiro evangélico eleito presidente da Baviera, Beckstein exercerá o cargo até setembro de 2008, final do atual período legislativo, e espera postular como candidato natural de seu partido à presidência da Baviera nas próximas eleições.

Na Baviera, maior região da Alemanha, com 12 milhões de habitantes, 57% da população se declaram católico-romanos, enquanto 21% são evangélico-luteranos. A tendência atual mostra uma diminuição da membresia das igrejas cristãs em todo o país.

O novo ministro presidente anunciou que formará um gabinete que harmonize a presença de jovens e velhos políticos, homens e mulheres, bem como a representação regional múltipla. Beckstein disse que seu governo estimulará o trabalho voluntário em todos os níveis e realizará reformas no campo trabalhista e da segurança social para melhorar as oportunidades de recolocação dos desempregados.

Beckstein exerceu o cargo de deputado regional de 1974 até a data atual. Desde 1993 também ocupava o cargo de ministro do Interior da Baviera, posto que lhe permitiu concretizar seus planos de garantir paz e segurança aos cidadãos da região, endurecendo as políticas imigratórias, reformando as leis de estrangeiros, tornando mais flexível a expulsão de estrangeiros suspeitos de terrorismo, e estabelecendo maior controle cidadão através de videocâmaras e técnicas biométricas de identificação.

As tentativas de atentados terroristas na Alemanha por parte de supostos grupos árabes em 2007 levaram Beckstein a propor uma vigilância estrita da polícia aos cidadãos alemães que se converteram ao islamismo, o que originou sérios debates.

Ainda que se proclame contrário à pena de morte, Beckstein reconheceu que, como chefe máximo de 40 mil policiais da região na qualidade de ministro do Interior, teve que tomar decisões difíceis, como determinar o disparo a seqüestradores para libertar reféns. Criticado por suas duras medidas contra os solicitantes de asilo político, ou por suas propostas de vigilância ao uso da internet, Beckstein recebeu, em 2006, da Organização Sionista Mundial o Prêmio Jerusalém por “ter contribuído a oferecer paz e segurança às famílias judias que vivem na Alemanha”.

O novo ministro destacou-se por demandar, junto a outras personalidades democratas, a proibição do Partido Nacional Democrático Alemão (NPD), herdeiro da ideologia nazista. Crítico do regime nazista, Beckstein integra o Conselho de Assessoramento do Centro de Documentação sobre a história do partido nazista, em Nüremberg, que procura aprender das experiências do passado para evitar que se repitam os horrores do totalitarismo e do nazismo.

Fonte: ALC

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