O papa Bento XVI afirmou hoje que “a laicidade em si mesma não é contraditória com a fé, mas a fé é fruto de uma laicidade saudável”.

No avião que o levou de Roma a Paris, Bento XVI disse aos jornalistas que o acompanham em sua primeira viagem à França que a religião “não é política”, e que os cristãos devem colaborar com o Estado, já que é muito importante em um mundo secularizado como o atual.

“É fundamental que os cidadãos tenham liberdade para viver a fé e é importante que contribuam e dêem testemunhos destes valores (a fé) que são fundamentais para a sobrevivência da sociedade e do Estado”, disse.

Sobre se o “motu proprio” que liberaliza a missa em latim representa um passo atrás a respeito do aprovado pelo Concílio Vaticano II, o pontífice disse que se trata de “um ato de tolerância para as pessoas que se formaram nessa antiga liturgia, que a amam, que a conhecem e querem viver com ela”.

“Trata-se de um pequeno grupo de formação latina e é preciso ter tolerância para que possam desenvolvê-la. Dentro da Igreja, não existe oposição entre a velha liturgia e a do Vaticano II. Há coisas diferentes, mas a identidade fundamental não é contraditória”, argumentou.

Bento XVI acrescentou que acredita que “existe a possibilidade de que os seguidores da velha liturgia conheçam a nova e vice-versa. As duas fazem parte da Igreja universal”.

O papa insistiu em que a liturgia atual, ou seja, a surgida do Vaticano II, “é a ordinária de nosso tempo”.

Também disse que viaja ao santuário de Lourdes, motivo principal da visita à França, como mais um peregrino, já que se sente muito ligado à figura de Maria e à da menina Bernadette, que presenciou a aparição de Nossa Senhora.

O papa disse que, em Lourdes, é possível vê o amor de Nossa Senhora pelo homem, “que é a verdadeira cura das feridas e da dor deste tempo”.

Bento XVI ressaltou seu amor pela França e precisou que este país “teve muita importância em (sua) formação filosófica, humana e social”.

O papa destacou a importância da teologia francesa no desenvolvimento da teologia no Ocidente.

Fonte: EFE

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