A capital do Estado mais evangélico do Brasil não terá um prefeito evangélico nos próximos quatro anos. O candidato à prefeitura municipal do Rio de Janeiro, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, candidato pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB), ficou fora do segundo turno da disputa eleitoral.

Até setembro, o candidato do PRB aparecia em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto e, confirmada a tendência, iria ao segundo turno para a disputa da prefeitura com o candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Eduardo Paes.

Paes recebeu 1,04 milhão de votos (31,98%) dos eleitores da capital carioca, mas em segundo lugar, com 839,9 mil (25,61%) votos, ficou o candidato do Partido Verde, Fernando Gabeira. Crivella teve que se resignar com o terceiro lugar, entre 12 candidatos, ao receber 625,2 mil (19,06%) sufrágios.

O site da Folha Universal, da IURD, culpou o jornal “O Globo”, da família Marinho, pela queda de Crivella na disputa eleitoral.

“Na edição de domingo (28), no alto da página, à esquerda, há uma chamada em destaque que anuncia: `Gabeira sobe e agita reta final da eleição’. A afirmação nada mais é que uma interpretação casuística de duas pesquisas eleitorais realizadas pelos institutos Ibope e Datafolha, e que apresentam significativa discrepâncias nos resultados”, arrola a Folha Universal.

Sob o título de “À espera de alianças”, o jornal O Globo publicou, na mesma edição, “somente fotos dos principais adversários de Crivella”, sugerindo, desta forma, que o candidato do PRB “já estaria fora da briga pela prefeitura do Rio”,denuncia o jornal.

A Folha Universal assinala, ainda, que as fotos de ações de Crivella ficaram fora do jornal, mas que nas matérias envolvendo os seus adversários sempre tiveram lugar para “comentários maldosos” contra o candidato do PRB.

Em entrevista ao jornal “O Dia”, ainda antes da eleição, Crivella assegurou que a IURD não teria envolvimento na administração municipal. “Eu não fui senador evangélico”, disse, referindo-se ao seu mandato no Senado da República.

Crivella disse na entrevista que daria autorização para eventos do candomblé, da umbanda e para a parada gay na Avenida Atlântida. O senador revelou que a Bíblia é o livro da vida dele, mas também citou o romance “O amor no tempo do cólera”, de Gabriel Garcia Marques.

O candidato do Partido Verde cresceu na reta final da campanha. Um mês antes das eleições, que ocorreram no domingo, 5, Gabeira aparecia nas pesquisas com 5% a 7% dos votos do eleitorado do Rio. Gabeira é deputado federal no quarto mandato.

Fonte: ALC

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