Cinco bispos do México e dos Estados Unidos oraram nesta quinta-feira pelos emigrantes que morreram na tentativa de alcançar o “sonho americano” e elevaram suas preces para que o muro fronteiriço que os EUA planejam construir não saia do papel.

Ricardo Ramirez, bispo dos Cruzamentos (Novo México, EUA), disse “porque assim o quer Deus: que não haja muros nem divisões entre nós”, durante uma missa pelos imigrantes mortos em sua tentativa de atravessar a fronteira de maneira ilegal.

A cerimônia foi realizada pelo sétimo ano consecutivo na malha metálica que divide os EUA do México, no bairro Anapra (Juárez, México) e Sunland Park (Nuevo Laredo, EUA), em um altar único colocado em ambos os lados da fronteira.

Cálculos oficiais calculam em 400 as mortes que ocorrem a cada ano na fronteira entre México e EUA por tentativas de imigrantes de atravessar a divisa, principalmente na área do deserto de Sonora e Arizona.

Bandeiras de vários países de onde procedem os emigrantes foram colocadas diante da cerca que divide os países, assim como uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.

Oferendas com garrafões de água, uma mochila e sandálias esportivas representavam a esperança e a via crucis dos emigrantes.

Dezenas de cruzes brancas com os nomes inscritos ou com a legenda “Desconhecido” ou “Desconhecida” foram exibidas pelos presentes e algumas colocadas na cerca metálica enquanto se realizava a cerimônia.

A mensagem central esteve a cargo de Armando X. Ochoa, bispo de El Paso (México), que na parte americana foi acompanhado pelo bispo Ricardo Ramírez, de Las Cruces.

Pelo lado mexicano estiveram Renato Ascencio, bispo de Ciudad Juárez; José Guadalupe Campos, bispo auxiliar de Ciudad Juárez, e Gerardo de Jesús Rojas, bispo de Nuevo Casas Grandes.

Os bispos condenaram a lei aprovada pelos EUA há uma semana para construir um muro com a intenção de frear a imigração ilegal.

Terminada a cerimônia, bispos e ativistas deram as mãos simbolicamente através da cerca.

Fonte: EFE

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