Os líderes das comunidades budistas, cristãs e muçulmanas da China uniram suas vozes para criticar os Estados Unidos por sua defesa do grupo religioso Falun Gong, proibido no país, e seus relatórios que condenam a política do Governo chinês na área de religião.

Os três responderam ao recente relatório anual americano sobre liberdade religiosa no mundo, publicado em maio. Como nos anos anteriores, o texto criticou duramente a China por perseguir certos grupos religiosos, como o Falun Gong e algumas seitas protestantes.

O presidente da Associação Islâmica da China, Chen Guangyuan, afirmou em declarações à agência estatal “Xinhua” que a proibição do “culto anti-social” do Falun Gong é legítima. A medida “reflete a opinião pública e mostra que o Governo protege os direitos dos cidadãos”, opinou.

Liu Bainian, porta-voz da Igreja Patriótica Católica Chinesa, disse que o relatório elaborado pela Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional “distorce a realidade com fins políticos”.

Ele acrescentou que o apoio dos EUA ao Falun Gong é “prejudicial para as relações entre os dois países”.

A Igreja Patriótica é subordinada ao Governo e não reconhece a autoridade do Papa.

Já o vice-presidente da Associação Budista da China, Xue Cheng, afirmou que a comunidade de crentes do país continuará a se opor às ações do Falun Gong, “que vão contra o budismo ortodoxo”.

Xue pediu aos EUA que parem de interferir nos assuntos internos da China, entre eles os religiosos.

O Falun Gong, segundo cálculos da própria organização, chegou a contar com 80 milhões de seguidores na China, mais do que o Partido Comunista Chinês. A seita foi proibida em 1999, aparentemente porque as autoridades temiam que se transformasse num rival ideológico.

O Governo chinês considera o Falun Gong um “culto maligno” e culpa seus seguidores de assassinatos. Mas redes da organização religiosa no exterior denunciam a tortura e reclusão em campos de reeducação de centenas de seus fiéis em território chinês.

Fonte: Terra

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