Primeira testemunha da defesa de Suzane von Richthofen, Fernanda Soel Kitahara, contou em seu depoimento que “uma luz” teria apontado a culpa de Daniel Cravinhos no assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002.

“Eu entrei no quarto deles [Manfred e Marísia], e logo na porta já tinha a cama deles, e o Daniel estava do lado da cama, olhando. Eu tive uma impressão de que tinha clareado, como se tivesse mais luz no quarto. E deu uma coisa falando: ‘Foi ele’”, contou.

Declarando-se “uma das melhores amigas” de Suzane, a jovem comentou mais uma manifestação paranormal. Segundo Fernanda, um espírito, supostamente um amigo falecido de Daniel, teria influenciado o jovem a cometer o assassinato dos pais da namorada. “O ‘Negão’ falava pra ele que a única forma de eles ficarem juntos era com um sacrifício. E esse sacrifício seriam os pais dela”, disse.

Fernanda teria conhecido Suzane nove meses antes do crime, na faculdade de direito que cursavam. Durante a prisão da estudante, as duas teriam trocado diversas cartas e Fernanda teria feito várias visitas à amiga, às vezes acompanhada por Andreas —irmão da ré. Ela conta que após o início da briga entre o irmão e Suzane, não foi mais vê-la.

Fernanda confirmou a versão de que Daniel teria planejado o crime. “Ela contou que realmente tinham sido eles, contou como tinha acontecido. Ela me disse que o Daniel falava que não tinha mais jeito de eles ficarem juntos daquele jeito, não sei”, declarou.

Perfil

A amiga descreveu Suzane como uma pessoa quieta, de poucos amigos. Na faculdade, era uma aluna mediana, ausente nas aulas e nas saídas aos bares das redondezas. “Ela dizia que o namorado não gostava que ela fosse para o bar”. Segundo Fernanda, Suzane teria saído uma vez com os colegas da sala, mas não se sentiu bem. “Acho que era porque ela gostava muito dele”, disse.

Ela afirmou que sabia que Suzane e o namorado eram usuários de maconha e que não se sentiu surpresa com a notícia. Suzane teria contado a ela que era virgem quando conheceu Daniel e que ele era seu primeiro namorado. Nas visitas que fazia à casa de Suzane, a testemunha disse que era freqüente a presença de Daniel no local. “Ele se sentia bem a vontade na casa”, contou.

Sobre a relação entre Marísia e a filha, a estudante declarou que os atritos entre elas ocorriam por conta da oposição ao namoro. Por causa disso, Suzane era obrigada a mentir, o que a deixava incomodada.

Juiz pede ajuda a Deus para conduzir o fim do júri

O presidente do 1º Tribunal do Júri, juiz Alberto Anderson Filho, 52 anos, planeja ir à missa antes de seguir para o fórum da Barra Funda, em São Paulo, para anunciar o veredicto do julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Cravinhos. Anderson Filho quer pedir a Deus que o ajude a conduzir o término do mais rumoroso julgamento do País nos últimos anos.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, ele ainda não se decidiu pela igreja de São Luís Gonzaga ou a de São Bento. “Costumo ir à missa das 8h na igreja de São Luís (na avenida Paulista). Também vou muito à igreja de São Bento (centro), às 7h. Sou muito religioso”.

O juiz considera este júri o mais importante do ponto de vista de repercussão em sua carreira.
Nascido na cidade de Campinas, a 95 km de São Paulo, formado pela PUC-SP, ele advogou por dez anos até ingressar na magistratura estadual, em março de 1988. Desde então, trabalhou em Campinas, Limeira, Mogi Mirim e Nova Odessa antes de vir para São Paulo. Há quase quatro anos atua no 1º Tribunal do Júri. Casado, nos finais de semana ele volta para Campinas, onde tem casa.

Fonte: Última Instância e Terra

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