Evolução Teológica: do aquário ao fundo do mar

Não sei o que dirão ao Eterno aqueles que em tempos do fim ainda passam a vida discutindo idéias e pensamentos vãos supostamente sobre Deus.

O Apocalipse está às portas, mas os teólogos e eruditos não têm tempo para as calamidades da vida. Preferem discutir se Deus sabe das calamidades, se se assusta com elas, ou se determina friamente se elas acontecem ou não. Também querem saber onde está a liberdade do homem num tempo em que a liberdade do homem está acabando com a Terra.

É como perguntar ao sol do meio dia de onde vem a luz?

O que vejo se assemelha de modo patético ao que aconteceu durante o naufrágio do Titanic. O navio naufragava, mas os homens ainda disputavam lugares, status, posições, paixões, bens, perolas e jóias; e, além de tudo, ainda tinham tempo para disputas pessoais e para a dedicação das ultimas energias ao espírito de vingança ou de prevalência sobre o próximo.

Assim, de modo semelhante, os teólogos discutem à beira do precipício.

Deveriam ser chamados de o Grupo de Reflexões sobre Deus antes do Fim. Ou, quem sabe, poderiam ser chamados de Os Calmos e Alienados Poetas Mortos. Ou ainda, como alguém já sugeriu, Grupo da Discussão Sobre o Destino Eterno de Deus.

O fato é que os temas que elegem, o tempo que gastam, os esforços intelectuais que dedicam, e a importância que atribuem a tais nulidades — é algo tão grandemente insólito ante os fatos dos Tempos, que fica difícil entender como pessoas que dizem crer no Evangelho, em Jesus e nas Escrituras, conseguem se dar ao Nada com tanta avidez. Só me é possível pensar que estão perdidos. Sim! Que não sabem o que está acontecendo!

Teólogos filhos do Seminário Titanic de Reflexão Teológica: ACORDEM. O NAVIO ESTÁ AFUNDANDO.

Na água gelada do naufrágio terá razão quem tiver se ajudado e ajudado outros, não quem morrendo de frio e congelando, disser: “Viu! Eu disse que o navio é que afundava e não o mar que tragava o navio!”. Isso enquanto o outro dirá: “Tolo! Eu falei que é o mar que traga o navio e não o navio que se enche do mar!”.

A conversa continua embaixo dágua!

Comprem os escafandros. Assim a discussão poderá continuar!

Com ironia esperançosa,

Caio

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