Horror na sala de cinema

“Muita gente costuma frequentar a sessão noturna; gente assim como eu, que muitas vezes só consegue algum tempo livre no dia, quando já é tarde da noite. Além disso, é mais fácil estacionar, tem menos fila, mais chance de se achar um bom lugar. Ainda mais quando se trata de uma estreia mundial, altamente antecipada pela mídia e principalmente pelo público, admirador de filmes de ação.

A chegada na sala de cinema foi tranquila como sempre, nesse horário, mas por se tratar de um “blockbuster” de verão, tinha um pouco mais de gente do que o de costume. Por isso mesmo, e como não sou de comprar a pipoca caríssima que vendem na porta do cinema, fui logo procurar um bom lugar. Bobagem; as salas de cinema de hoje são tão bem montadas que de fato de qualquer assento se tem uma visão excelente. De toda forma peguei aquele lugar bem no meio da sala, equidistante dos altos falantes e da tela gigantesca.

Todos nós contando os minutos de trailers desnecessários e comerciais chatos, antes de começar o filme, nem notamos aquela figura esquisita, com roupa demais para uma noite quente como aquela. Assim como eu, ninguém reparou que ele carregava alguma coisa grande embaixo do sobretudo e sentou quase na primeira fila, mesmo em um cinema com menos de metade dos lugares tomados.

Nem bem tinha começado o filme, ouvimos um barulho seco seguido de um chiado, como que de um vazamento de gás; ninguém deu muita bola, já que o som do cinema era tão bom que tudo parecia fazer parte dos efeitos sonoros. De repente, fumaça; e aquela figura esquisita pula na frente da tela e começa gritar alguma coisa que ninguém entendeu direito, puxa um objeto do casaco e começam os estalidos, gritos, faíscas e confusão, muita confusão. Foi tudo muito rápido e nem me dei conta que tinha gente caida ao meu lado e outros correndo e sendo atingidos em seguida. Caos, puro caos. ”

Felizmente para mim, o texto acima é apenas uma ficção, uma tentativa de entender um pouco do horror que as vitimas do atentado ocorrido no Colorado semana passada, passaram naqueles intermináveis minutos sob a mira de um louco. Mas, me senti bastante tocado por tudo, talvez porque eu frequente essas sessões noturnas ocasionalmente. Senti-me bastante fragilizado ao tentar me colocar no lugar das vitimas. Naquela situação, não se tem o que fazer, como se defender, é uma tremenda covardia. Às vezes achamos que por estarmos em uma cidade pacata e sem a violência urbana que tanto assola as grandes cidades brasileiras, estamos seguros, mas é tudo pura ilusão. Ninguém está livre de algo assim.

Diante dessa tragédia estúpida e desnecessária, mais importante do que discutir o desarmamento, me vem à cabeça a necessidade de se evangelizar cada vez mais. Só é possível enxergar esperança para pessoas como esse atirador, sob a ótica milagrosa do sacrifício de Cristo. Um ato tão terrível só pode ter ocorrido através de uma influência malévola. O Evangelho é nossa única esperança nesses tempos brutais em que vivemos, a única arma para combater esse mundo que jaz no maligno.

Um abraço,

Leon Neto

P.S.
Se você se considera um cantor de música cristã contemporânea (CMCC) ou um ministro de louvor (ML), por favor, reserve alguns minutos para responder a essas perguntas sobre saúde vocal. O questionário levará entre cinco e dez minutos para ser preenchido. Os resultados da pesquisa serão discutidos e apresentados em um artigo, como parte do meu Doutorado em Artes Musicais (DMA – sigla em inglês), com foco em Pedagogia Vocal, na Universidade de Shenandoah.

Pesquisa – Ocorrência de problemas vocais entre ministros de louvor e cantores de música cristã contemporânea. To fill it out, visit:
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?fromEmail=true&formkey=dE5CNVh6dTZZbm5tNEhtZjFucTVfX2c6MQ

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