Por que Deus permite as calamidades?

Na realidade essa é uma questão de mamíferos humanos ao “deus criador dos mamíferos humanos”.

É uma questão de mamíferos humanos porque em tais questões ninguém pergunta por mortes de animais, peixes, floras, e outros entes vivos à nossa volta, aos trilhões…

Sim, é uma angustia de mamíferos humanos porque o que interessa é apenas a interrupção da ordem humana ou não…

Mas de onde vem essa ideia de que “Deus” tem que cuidar dos mamíferos humanos mais do que de qualquer outra criatura universal?

Ou por que os mamíferos humanos têm essa presunção de superioridade?

Ora, em lugar algum na Escritura se promete uma suspensão mágica da Natureza e suas leis e fenômenos se os mamíferos humanos se comportarem…

No Pentateuco há aquelas promessas decorrentes da Obediência Absoluta, que somente Jesus praticou, e que nos asseguram que vivendo daquele modo, em harmonia absoluta com tudo e todos, os males fugiriam de nós.

Porém, nenhum geração bíblica ou universal jamais teve esses história para contar…

Ao contrário, Jesus veio e disse que universalmente todos temos aflições; e que o poder para enfrentar tais realidades não decorre da suspensão do trágico, mas sim do bom ânimo com o qual se o vence.

Ora, o que eu acho é esse debate sobre o “deus-natureza”… ou sobre “o deus responsável pela natureza”… é algo tão medieval que me cansa.

É o conflito do livro “A Peste”. Ou você ajuda a natureza e não combate os ratos, que são natureza; ou você luta contra Deus indo contra a natureza, e vence os ratos; posto que na mentalidade Ocidental “Deus e a Natureza” se tornaram quase extensivos…, no sentido de que a Natureza não é Deus, mas é a “deusa executiva” das cacetadas de “Deus” nos mamíferos humanos não comportados… Patético!

Ora, a gente encontra essa questão o tempo todo nas Escrituras sendo levantada por Israel.

A resposta dos profetas era: “Porque vocês deixaram a verdade e o amor”.

No entanto, conte nas Escrituras quantas Calamidades Judaicas vieram da Natureza e quantas vieram dos outros mamíferos humanos punindo Israel ou apenas invadindo porque podiam…

Ou seja: quase tudo o que chamamos de calamidade vem de nós mesmos ou das nossas relações ou des-relações com outros mamíferos humanos hostis.

Quando vejo um Tsunami irrompendo sobre a Terra nunca penso em Deus, mas na força dos fenômenos criados…

Então, vejo o pessoal querendo responder por “Deus” um problema que pra Deus não é problema. Pois, assim como eu existo livre […] a natureza também tem suas ‘liberdades’… que acontecem na deflagração dos seus sistemas e mecânicas autônomas… Daí o nome ser n-a-t-u-r-e-z-a.

Ou seja: a Natureza tem vida própria, assim como nós; embora a nossa aconteça com a presunção do auto-conhecimento [mais que relativo], e a existência da Natureza aconteça na mecânica do Natural; ou seja: do que tendo sido criado tornou-se algo em-si como fenômeno…; e que acontece de modo automático uma vez que as cadeias se deflagrem fenomenologicamente falando.

O conceito da Natureza como “deusa das execuções penais de Deus” foi profundamente desenvolvido e convenientemente afirmado pelos teólogos católicos medievais. Ora, pouca é coisa é mais poderosa para controlar pessoas do que falar em nome de “Deus e da Natureza” à um tempo só; e mais: criando uma Teologia Moral de Causa e Efeito na observação da Natureza como “Vara Divina” em relação aos mamíferos humanos crentes.

Todavia, hoje [não de agora, entretanto], os “cristãos” sofrem na armadilha pseudo-teológica que eles mesmos criaram.

O que me impressiona é ver pastores, sacerdotes, pensadores, etc… — se sentindo na obrigação de entender a “deusa executiva da ações penais do divino: a Natureza; mas não com uma abordagem Científica na observação dos fenômenos”, porém, completamente animista e bruxa na sua concepção mágica…

E pior: tentam explicar… Rsrsrs!

Ora, quando uma calamidade Natural acontece minha última pergunta é sobre Deus. Todas as minhas perguntas são sobre os mamíferos humanos e suas intervenções diabólicas na Natureza.

Hoje quando vejo calamidades naturais eu olho no espelho!…

A culpa é minha!

Toda-via […] existe o “ainda que”…

Sim, é com um ‘ainda que’ […] que os salmistas profetas vencem a perplexidade.

“Ainda que os mares… os montes… os abismos… as ondas… as muitas águas”… ou qualquer fúria natural sobrevenha, se diz: “Nele eu confiarei”.

Confiarei depois que acontecer tanto quanto antes de acontecer.

Na realidade eu sei que tudo pode acontecer!

A certeza de Deus em mim não é uma confiança de Seguradora. É apenas paz em mim; contra ou apesar de tudo ou qualquer coisa…

“Vós valeis mais que pardais”… — ensinou Jesus.

Mas o que Jesus disse é no sentido de que calamidades podem acontecer a pardais, mas não com a gente?…

Não! Jesus falava de significado relacional com o Pai. Homens podem ter uma relação de consciência confiante em relação ao Pai, ao passo que os pardais têm um vínculo de natureza instintiva com o Pai. Confiança consciente é mais do que instinto de confiança que não sabe de si.

Portanto, pare de reclamar e de fazer perguntas de mamíferos humanos caprichosos!

“Deus! Por que eu?” – pergunta de Playboys religiosos.

O Evangelho não produz filhos de Deus playboys!

Seja homem!

Caio

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