Rádios evangélicas: quem as há de agüentar? (II)

Recebi vários e-mails interessantes, a partir da coluna da semana passada. A maioria concordando e relatando experiências semelhantes e as mesmas frustrações e reclamações em relação à programação das rádios evangélicas brasileiras.

Encerrei a coluna passada lançando o desafio para que os próprios ouvintes fizessem o trabalho de selecionar aquilo que merece ser ouvido e desprezar o que não merece, ao invés de ficar apenas reclamando.

De forma geral, o povo brasileiro precisa entender que o poder emana dele próprio e passar a tomar atitudes em relação ao seu contexto e às circunstâncias que o cercam, e não ficar apenas achando que tudo é “culpa do governo” e que nada nunca vai mudar. O problema não é o fato de existir mediocridade; o problema é ter gente que gosta de mediocridade. E tem muita, muita gente que gosta…

O que faz a programação das rádios evangélicas ser de tão baixo nível, é o próprio público que continua ouvindo aquilo que não presta e que por outro lado, não apóia as boas iniciativas e os que buscam fazer radio cristã de qualidade. E muitas das vezes, nem toma conhecimento de projetos interessantes e edificantes que estão acontecendo.

Pensando sobre isso, resolvi, com a devida autorização, reproduzir aqui, trechos de um desses e-mails que recebi:

“Olá Leon Neto
Meu nome é Edson Bruno
Li seu artigo sobre rádio evangélica e gostei!
Trabalho com rádio a 22 anos. Comecei cedo.
Fui daqueles disciplinados em minha denominação por ir trabalhar em
uma rádio secular. Mas valeu a pena!!
Aprendi muito muito!
Eu sabia que minha passagem por uma rádio secular seria importante para meu futuro ministério.
Cheguei a gravar comerciais para grandes companhias no Brasil e viver dignamente
meu momento secular.
Tanto é que desde então tenho vivido para o rádio.
Deus resolveu usar minha voz para transmitir a mensagem, hoje
exclusivamente por meio do rádio cristão.
Após trabalhar 7 anos em uma emissora internacional e como menino nascido na roça,
tenho alegria em dizer que ganhei por 3 anos consecutivos o premio de melhor
comunicador em emissoras internacionais.
Claro que digo isso porque acho gratificante compartilhar com você o que Deus faz e
como podemos ter mente aberta e fazer um grande trabalho.

Após viver 7 anos nos EUA, trabalhar em uma emissora internacional, ganhar estes
prêmios, aceitei desafio de voltar ao Brasil para estabelecer uma emissora 100% cristã
em Joinville SC.
Desenvolvi um projeto chamado “A Cosmovisão da Comunicação Cristã” e tenho estabelecido
a programação da emissora exatamente nesta visão.
Somos uma rádio 100% cristã, mas temos esporte, cultura, medicina, instrumental secular,
transmitimos a copa do mundo, e a seleção musical procura ser de primeira qualidade.
Como uma emissora mantida por uma fundação da Assembléia de Deus aceitaria uma
rádio até com copa do mundo??
Aí é que está a beleza: Os testemunhos!! As histórias de vidas totalmente mudadas.
Gente que já estava com a corda pendurada atrás de casa para se enforcar e resolveu entrar
na cozinha para se despedir da casa e então resolveu ligar o rádio que estava em cima da geladeira
e ouviu um versículo no final do noticiário chamado “Giro 180”. O famoso segmento de 20 segundos
que finaliza o noticiário dizendo : “agora uma noticia imutável” …..
… você nem imagina como alcançamos vidas! fazemos rádio 100% cristã mas com artifícios
de uma cosmovisão para atingir o não cristão.
Interessante que estou lendo seu artigo enquanto faço uma reciclagem aqui na NRB em Nashville, TN
justamente sobre o rádio e a comunicação em geral.
Então…é possível se fazer rádio cristão de qualidade absoluta! Acredite, em 2 anos e 3 meses no ar,
estamos em segundo lugar no IBOPE e mais, certos programas hoje já ocupam o primeiro lugar.
Abraço forte e parabéns!!

Edson Bruno Zilse
Presidente do Ministério Desfrute Deus!
Diretor da Rádio 107,5FM Joinville
www.1075fm.com.br “

Cabe a nós descobrir e apoiar iniciativas como essa, e continuar criticando e combatendo os mercadores e saltedores que comercializam a fé cristã.

Um abraço,

Leon Neto

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