Uma besta chamada Kanye West

Aconteceu no ultimo dia 13 de setembro de 2009, durante a entrega do VMA (Video Musi Awards) da MTV americana. Enquanto a adolescente cantora country Taylor Swift se preparava para receber, aos 19 anos seu primeiro VMA, inesperadamente um idiota sobe ao palco, tira o microfone da sua mão e começa a falar umas bobagens, dizendo que o vídeo da Beyoncé era o melhor de todos os tempos.

A pobre Taylor Swift nem teve tempo de curtir seu momento de consagração e muito menos de fazer seus agradecimentos, já que todos os minutos da festa são contados e cada vencedor tem só alguns poucos para fazer seus pronunciamentos. Que papelão! Algo indesculpável.

E o pior de tudo é que não teve nenhum segurança pulando em cima do infeliz, dando um tiro de “taser” e levando o palhaço algemado para passar a noite na cadeia e depois responder criminalmente pela sua ofensa. Sabem por quê? Porque se tratava de uma “celebridade”, um cantor de hip-hop que também estava na festa, inclusive concorrendo a prêmios.

A besta quadrada responde pelo nome de Kaney West e tem antecedentes. Mais até do que pela sua errática carreira musical, o dito cujo ficou mundialmente notório quando em 2005, durante um show em auxilio às vitimas do furacão Katrina, ao apresentar um dos quadros ao lado do simpático comediante Mike Meyers, disse em rede nacional e ao vivo que o então presidente George Bush não gosta de negros. Nem é preciso dizer que a sua frase repercutiu imediatamente em todos os meios de comunicação e gerou extremo mal estar para os idealizadores da campanha. O mais constrangedor de tudo foi ver a cara de surpresa de Mike Myers, que nem americano é (nasceu no Canadá) e ficou sem entender nada e sem saber o que fazer em frente às câmeras.

Em 2006, Kaney West apareceu na capa da revista Rolling Stone caracterizado como Jesus Cristo, com uma coroa de espinhos, também gerando bastante polêmica. Além disso, no mesmo ano subiu ao palco durante a entrega do MTV Awards europeu, interrompendo a festa para protestar por ter perdido o premio para outro artista. Nobre, não?

Pouco depois do episodio do VMA, foram divulgadas fotos de Kanye bebendo elegantemente pelo gargalo de uma enorme garrafa de uísque antes da cerimônia, o que ao invés de atenuar o ocorrido, coloca mais uma nodoa na carreira desse energúmeno. O caso repercutiu tão negativamente, que até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sem saber que estava sendo filmado, emitiu sua opinião sobre o caso, chamando Kaney de “jerk”, algo como “babaca”.

Infelizmente situações como essa devem continuar acontecendo, porque certos artistas acham que porque tem fama e dinheiro podem tudo, estão acima do bem e do mal. A idolatria dos fãs é tão inebriante que muitas celebridades desenvolvem uma sensação de onipotência que os faz viver em um universo paralelo, no qual não tem que obedecer a nenhuma convenção social ou norma de conduta. Os exemplos são inúmeros de pessoas que com a fama se tornam disfuncionais e infelizes e não sabem mais conviver com outras pessoas se fechando em um mundo virtual e solitário. Até mesmo artistas cristão correm esse risco, se não estiverem bem embasados nos princípios e doutrinas bíblicas, que negam a vaidade pessoal e a vangloria. Fama e sucesso viciam e podem trazer destruição na mesma medida.

E quem fornece munição para essas insanidades são os fãs, que provavelmente vão continuar comprando os Cds de Kanye West, indo a seus shows, e a fazer vista grossa para suas trapalhadas. Fãs e ídolos se merecem, na maioria dos casos.

Quem salvou a noite, foi a cantora Beyoncé, que por sinal terminou mesmo por ganhar o premio de melhor vídeo do ano (parece que pelo menos nisso Kanye estava certo…); Ao subir ao palco para agradecer, resolveu de forma extremamente gentil e elegante , ceder seu espaço para Taylor Swift, enfim fazer seus agradecimentos, brutalmente interrompidos pela besta do Kaney West. Eu nem gosto muito da Beyonce, mas tenho que reconhecer que foi uma atitude honrosa e de muita generosidade. Parece que nem tudo está perdido no show business americano.

Um abraço,

Leon Neto

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