Com o apoio do Governo do Paraná, por intermédio das Secretarias da Agricultura e do Abastecimento, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o pastor Werner Fuchs lançou o livro “Colha óleo vegetal”, para mostrar as muitas vantagens do biodiesel, principalmente como energia renovável e na produção de alimentos saudáveis, respeitando o meio ambiente.

O autor conta que em 2003, buscando responder ao desafio do Programa Fome Zero, do presidente Lula, surgiu a Repas (Rede Evangélica Paranaense de Assistência Social), formada por representantes de igrejas e organizações evangélicas, com o objetivo de formular propostas e articular soluções para a realidade social.

“Desde o início, o leque de atuação foi amplo: distribuição de alimentos, alfabetização, capacitação de menores, cozinhas comunitárias e alternativas de renda”, revela o autor do livro, que no ano seguinte, ao sentir a situação de empobrecimento dos pequenos agricultores da Colônia Wittemarsun, na região dos Campos Gerais, manteve os primeiros contatos com a Alemanha visando a construção de uma mini-usina para a extração de óleo vegetal.

“Os agricultores europeus aproveitam a torta e os demais subprodutos, mas sobretudo o óleo vegetal, seja como alimento de alto valor nutricional, seja como biocombustível alternativo, quando devidamente filtrado. É grande a possibilidade de agregação de valor por meio de uma tecnologia simples e acessível”, justifica Fuchs.

Os primeiros testes na mini-usina comunitária foram realizados em novembro de 2005 e, desde então, mais de 50 grupos de agricultores familiares passaram pelo local para conhecer a tecnologia usada para a extração de óleo vegetal. Foram realizados testes com o uso de óleo diesel em tratores e em uma camionete S10, cujos motores passaram por adaptações.

O pastor Fuchs lembra em seu livro que não existem motores movidos a óleo vegetal no mercado. O primeiro será lançado no ano que vem pela empresa alemã John Deere, considerada a maior montadora de tratadores do mundo. E é justamente na Alemanha que os testes com motores movidos a óleo vegetal estão mais adiantados. Eles tiveram início em 2001, quando a Universidade de Rostock passou a testar 100 tratores, funcionando 800 horas/ano com óleo de canola.

“Dos 107 tratores que tiveram seus motores adaptados, 63 apresentaram nenhuma ou pouca avaria. Eles foram analisados em um experimento de campo de grandes proporções quanto à sustentabilidade ambiental, durabilidade e segurança de funcionamento quando movidos a óleo vegetal. A maioria dos tratores atingiu mais de 90% do rendimento nominal do motor. Hoje, na Alemanha, cerca de 30 mil veículos circulam com óleo vegetal puro”, informou.

Mini-usinas comunitárias – Werner Fuchs informa em seu livro que o projeto de mini-usinas comunitárias de óleo vegetal prevê inicialmente a instalação de 50 unidades no Paraná. Segundo ele, o apoio do governador Roberto Requião tem sido importante para o sucesso da iniciativa, desde que decidiu patrocinar a ida de dois membros da colônia e dois técnicos do Tecpar para a Alemanha, além de ter autorizado a compra de equipamentos necessários para a instalação da primeira unidade.

O projeto tem por objetivo gerar renda e assegurar sustentabilidade para os pequenos agricultores organizados em grupos solidários; oferecer, através de diversas oleaginosas, uma alternativa para o plantio do fumo; produzir alimentos saudáveis segundo princípios agroecológicos; contribuir para a organização e o associativismo no meio rural; favorecer o desenvolvimento local com autonomia como estratégia de emancipação; e contribuir para o desenvolvimento de tecnologia adequada à pequena propriedade rural.

O autor do livro acredita que a produção de óleo vegetal e biomassa dará um novo fôlego na oferta de produtos agroindustriais. “Dobrando-se a área de cultivo no caso da cana-de-açúcar, o incremento dos postos de trabalho é de 400 mil. Para as oleaginosas, são 1,8 milhão de empregos diretos”, concluiu.

Fonte: Bem Paraná

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