Autoridades locais, na Indonésia, demoliram um complexo que abrigava uma igreja em Jatimulya, na província de Java Ocidental, no último dia 14 de junho. Um grupo formado por mais de 20 pessoas arrancou o telhado do edifício, portas e cercas.

O complexo permaneceu vazio por mais de dois anos depois que funcionários de Bekasi lacraram o local, em setembro de 2005. Antes de ser fechado, três congregações usavam os dois edifícios do complexo: A Igreja Protestante Bíblica Batak (HKBP sigla local) e Igreja Pentecostal da Indonésia (GPDI).

As igrejas, embora faltando uma licença de funcionamento para adoração no edifício, tinham obtido consentimento de funcionários locais. Desde o fechamento, as três congregações que reúnem mais de 500 pessoas têm organizado pequenos cultos na casa de seus membros.

Funcionários do governo botaram a igreja abaixo no dia 14 de junho com medo de que as congregações retomassem as atividades cristãs nos locais. Um processo será aberto na Justiça em defesa das três igrejas.

“O desmantelamento só parou depois que um dos homens deles caiu do telhado”, disse a pastora Pestaria Hutajulu, da Igreja Bíblica Unidade Indonésia, cuja igreja esteve no bairro durante quase 20 anos.

Composto por dois edifícios separados, o complexo esteve em funcionamento por mais de dois anos. Só em setembro de 2005 é que o local foi lacrado porque os muçulmanos da comunidade contestaram a presença das igrejas.

Destruição

No dia 8 de junho, a pastora Pestaria e alguns dos membros da congregação passaram pelos locais das igrejas. “Nós fomos pegos de surpresa porque encontramos fechaduras e portas faltando, além de janelas quebradas”, ela disse.

“Dentro do edifício, ficamos em choque porque todos os equipamentos, bancos de igreja, fios elétricos, e até mesmo instrumentos foram levados”, ela continuou. Eles deram as mãos e oraram juntos pedindo pela direção de Deus.

Alguns vizinhos viram o grupo entrando e orando na igreja. Suspeitando de que os cristãos reabririam a igreja, eles informaram aos funcionários locais.

Dois dias depois, o líder da aldeia chamou dois dos líderes da igreja, inclusive a pastora Pentaria Hutajulu, para informar do plano de demolição do local. “Nós tentamos explicar o motivo pelo qual entramos na igreja, mas eles se recusaram a ouvir”, disse ela.

Os pastores registraram uma reclamação na polícia contra os funcionários públicos e distribuíram uma carta de advertência à Comissão Nacional de Direitos Humanos, no dia 12 de junho. Porém, nenhum dos esforços deles foi suficiente para evitar que as autoridades demolissem os prédios das igrejas.

Promessas quebradas

Em 2005, um mês depois do fechamento, os funcionários locais assinaram um acordo declarando que eles nunca poriam a mão nos objetos internos, nem destruiriam a igreja”, disse Atty Saor Siagian, coordenador do Grupo Defensores da Liberdade Religiosa (TPKB) que tem ajudado as três igrejas nos aspectos legais do caso.

Além disso, baseado no acordo, os funcionários deveriam prover um terreno e um local temporário para as igrejas realizarem seus cultos, além de trabalhar em uma solução permanente junto das igrejas. “Eles proveram um edifício público uma vez, mas pediram uma taxa muito alta, na verdade uma espécie de aluguel”, ele disse.

“Embora as chances sejam pequenas, nós ainda esperamos que o governo local mantenha a promessa deles”, disse Atty Siagian.

“Por favor ore para que o governo local considere a nossa situação”, disse a pastora Pentaria Hutajulu. Ela pediu para que os 100 membros da congregação estivessem orando e cantando juntos minutos antes que a demolição acontecesse.

“Nossa congregação já sofre de pobreza. Perder um lugar de adoração aumenta os sofrimentos que eles já suportam. Ore para que o Senhor Deus mantenha a nossa fé forte e firme”, disse ela.

Fonte: Portas Abertas

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