Entre uma população que passa fome, os cristãos da Coréia do Norte seguem sofrendo uma dura perseguição que parece se acirrar cada vez mais, segundo Vito del Prete, secretário-geral da Pontifícia União Missionária (PUM).

“Os que podem fogem para a China”, disse ele. Além disso, “toda a população sofre com a fome, não tem condições de saneamento e está sujeita à opressão de um regime totalitário onde se negam os direitos humanos fundamentais”.

Resultado da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, a península coreana está dividida entre Norte e Sul, “duas nações muito diferentes e por longo tempo hostis”, – recorda del Prete. “Uma é comunista e filo-chinesa, a outra é capitalista e filo-americana”.

Após a derrota do império japonês em 1945, a península separou-se em uma área de ocupação soviética – ao norte do paralelo 38 – e uma área de ocupação norte-americana – ao sul do paralelo 38 – que estão ainda formalmente em estado de guerra.

Vito del Prete situa uma primeira aproximação entre Coréia do Norte e do Sul no ano 2000, quando foi acolhido em Pyongyang o presidente sul-coreano Roh Moo-hyun por seu colega norte-coreano Kim Jong Il. Suscitaram-se ali grandes esperanças por uma reconciliação nacional.

União do Norte e o Sul

“Inclusive alguns jornais escreveram que se havia instaurado a paz entre a Coréia do Norte e a do Sul. De fato, para todos os efeitos, constituem um único país”, – disse o secretário do PIME.

A população se considera coreana, a língua falada se considera simplesmente língua coreana e ambos os Estados afirmam representar toda a Coréia.

“Lamentavelmente, aqueles sinais de esperança parecem fraturados por muitos motivos, especialmente pela vontade da Coréia do Norte de dotar-se de armas nucleares”, denuncia.

Contudo, “ultimamente o abandono do projeto nuclear contribuiu para reanimar o processo de paz e de reconciliação, possível somente – indica – se as duas Coréias antepuserem a seus interesses particulares o bem das respectivas populações, reconhecendo e respeitando os direitos fundamentais da pessoa humana”.

Convocação aos cristãos

O secretário chama atenção para o grande papel que os cristãos coreanos têm a desempenhar : “São chamados a anunciar a unidade da família de Deus e a trabalhar pela reconciliação e a unidade desta população dividida e em conflito”.

“Devem introduzir nas raízes de sua sociedade os valores evangélicos de solidariedade, de não-violência, de perdão” – acrescenta ele –, ” e devem superar as divisões”.

A Portas Abertas lança este mês o livro “Fuga da Coréia do Norte”, de Paul Estabrooks, que está no Brasil.

Fonte: Portas Abertas

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