O jornal L’Osservatore Romano faz eco da inquietação crescente no Vaticano perante o risco de uma nova escalada de violência no Oriente Médio. A crise entre Israel e o Líbano tem sido acompanhada de perto pelo Papa e pelos Cardeais da Cúria Romana, que esperam mais iniciativa por parte da comunidade internacional.

Na edição em italiano de amanhã (o jornal sai no dia antes, à tarde), o Osservatore Romano fala do perigo, já adiantado pelos serviços secretos israelitas, de que o Hezbollah possua mísseis de longo alcance. A possibilidade de uma terceira frente de combate na Cisjordânia, após as de Gaza e do Líbano, também preocupa o Vaticano.

O artigo lembra, em especial, a comunidade da Galiléia, onde se concentra grande parte dos cristãos em Israel, referindo que os mesmos “vivem todos os dias com os olhos no céu”. Ontem, frisa o jornal, “foram atingidos os principais centros de Haifa, Galileia, Tiberíades, Nazaré, Safed, Akko e o Monte Carmelo, nomes cheios de história e de profunda espiritualidade”.

“O risco de um perigosa escalada existe ainda hoje”, sublinha o Osservatore Romano.

Os bombardeamentos israelitas atingiram hoje uma igreja greco-ortodoxa, numa localidade no vale do Bekaa. A região cristã de Biblos, onde se refugiou um bom número pessoas do sul do Líbano, também foi alvo dos ataques.

O Hezbollah disparou centenas de rockets do Líbano para o norte de Israel desde que os combates eclodiram a 12 de Julho, quando guerrilheiros do Hezbollah capturaram dois soldados israelitas num ataque na zona fronteiriça. Mais de 200 libaneses, na sua maioria civis, e 24 israelitas, metade deles civis, perderam a vida desde que o conflito começou.

Este Domingo, Bento XVI pediu que todos os cristãos rezassem pela paz no Médio Oriente e “pelas numerosas vítimas” do conflito entre Israel e o Líbano. O Papa condenou o recurso às represálias e manifestou as suas preocupações, entre outras coisas, pelas vitimas entre a população civil

Papa diz que concorda “plenamente” com comunicado do G8

O papa Bento XVI disse hoje na cidade italiana de Les Combes que concorda “plenamente” com o comunicado do G8 sobre a situação no Oriente Médio.

“Concordo plenamente com o comunicado do G8. Parece que é o caminho que deve ser seguido”, afirmou o Pontífice aos jornalistas que o acompanham nestes dias de descanso.

Bento XVI acrescentou que não tinha mais nada a acrescentar, “porém a importância da oração para que Deus nos ajude e nos dê o dom da paz”.

O papa expressou nos últimos dias sua preocupação pela situação no Oriente Médio.

No domingo passado durante a celebração do Ângelus em Les Combes ele disse que na origem da atual situação no Oriente Médio “há, infelizmente, questões objetivas de violações do Direito e da Justiça, mas nem os atos terroristas nem as represálias” podem “ser justificadas”.

O bispo de Roma pediu que os líderes políticos voltem “ao caminho da razão e abram novas possibilidades de diálogo e acordo”.

A declaração aprovada pelos líderes do G8, reunidos no último fim de semana em São Petersburgo (Rússia), pede a Israel, aos palestinos e à milícia do Hisbolá que suspendam suas operações armadas e que libertem os soldados capturados e os ministros e parlamentares palestinos detidos.

Fonte: Agencia Ecclesia e EFE

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