Dezenas de cristãos acusam grupos hindus de os obrigarem a mudar de religião após os confrontos entre adeptos do hinduísmo e do cristianismo na região indiana de Orissa, na qual pelo menos 36 pessoas morreram, informou uma fonte oficial.

“Recebemos cerca de 50 denúncias nas quais cidadãos alegam que os hindus os obrigaram a se converterem ao hinduísmo caso queiram salvar suas vidas e suas propriedades”, declarou um funcionário da administração do distrito de Kandhamal, citado pela agência “Ians”.

No entanto, a fonte acrescentou que mais de 30 pessoas declararam por escrito que a mudança de religião foi por vontade própria e “sem terem sido forçados”.

Além disso, acrescentou que todas as queixas recebidas serão investigadas e que as autoridades tomarão ações em conformidade com a lei.

Enquanto isto, o presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos, Sajan K. George, diz que o número de pessoas que foram forçadas a se converterem ao hinduísmo poderia superar 600.

“Rasparam minha cabeça e me obrigaram a beber excrementos de vaca”, revelou um cristão refugiado em um acampamento de Kandhamal, região mais atingida pelos distúrbios.

A violência entre as duas comunidades religiosas em Orissa explodiu no dia 23 de agosto após a morte do líder hindu Laxmanananda Saraswati, ação que os radicais hindus atribuíram às minorias cristãs da região, algo que elas negaram.

Desde então a violência, que se espalhou para outros pontos da região, causou a morte de 36 pessoas e pelo menos 2.400 casas e 120 centros religiosos foram total ou parcialmente destruídos.

Além disso, a Polícia confirmou que, dois dias após o início dos confrontos, uma freira foi estuprada por um grupo de pessoas, que, além disso, agrediu e atirou querosene um padre que tentou protegê-la.

Segundo o último censo oficial – de 2001 – 80,5% da população da Índia, país com mais de 1,1 bilhão de habitantes, é hindu, enquanto 13,4% professa o Islã e apenas 2,3% professa a fé cristã.

Fonte: EFE

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