As Igrejas protestantes italianas manifestaram seu “desconcerto” diante da possibilidade de considerar a imigração clandestina como crime e do clima de intolerância que está se espalhando pelo país.

A presidente da União Cristã Evangélica Batista da Itália (Ucebi), pastora Anna Maffei, e o decano da Igreja Evangélica Luterana na Itália (Celi), pastor Holger Milkau, declararam seu rechaço a essa situação.

Maffei disse estar “desconcertada com o clima de violência que se vive na sociedade italiana relacionado com o conceito de ‘tolerância zero’ das autoridades” e a proposta de considerar crime a imigração ilegal.

Já Milkau declarou seu repúdio à “perda de todo sentido de humanidade e moralidade” e se disse preocupado com a “perigosa e injusta campanha de ódio contra os ciganos” que vem ocorrendo na Itália.

Por sua vez, o diretor da Caritas italiana, Pe. Vittorio Nozza, considerou o crime de imigração ilegal uma “medida desproporcional”. Além disso, afirmou, “o prolongamento do tempo de permanência nos centros de acolhimento faz com que pareçam prisões”.

Também os salesianos se pronunciaram. Em comunicado, os religiosos afirmam: “Nesta caça ao estrangeiro, continuaremos a estar com os pobres, não para pedir a caridade dos projetos, mas para exigir e tutelar seus direitos”.

A experiência diária, escrevem, “nos pede para esvaziar a mente de todos aqueles preconceitos que cotidianamente aprisionam os italianos relativamente à figura do imigrado e, ainda pior, do imigrado chamado ‘irregular’. Nas ruas encontramos pessoas, e não clandestinos”.

Fonte: Rádio Vaticano

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