O regime comunista cubano disse nesta quarta-feira manter “excelentes” relações com o Vaticano, dez anos depois da histórica visita do papa João Paulo 2° à ilha, que encerrou quatro décadas de tensões mútuas.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, vai a Cuba entre os dias 20 e 26 para comemorar o décimo aniversário da visita de João Paulo 2o.

“A comunicação entre o Estado do Vaticano e Cuba é fluida, cordial e respeitosa”, disse o chanceler Felipe Pérez Roque em entrevista coletiva.

Principal autoridade do Vaticano depois do papa, Bertone deve se encontrar no dia 25 com o presidente interino, Raúl Castro –que pode ser efetivado no cargo na véspera disso, numa votação do Parlamento. O titular, Fidel Castro, está afastado há mais de 18 meses por razões de saúde.

Pérez Roque disse que a liberdade religiosa é garantida em Cuba e que os católicos puderam realizar 1.300 procissões nas ruas da ilha na última década, reunindo 500 mil pessoas.

Cuba e o Vaticano estão lado a lado em questões como a erradicação da pobreza, a crítica ao consumismo capitalista e a oposição às sanções comerciais dos EUA à ilha, segundo Pérez Roque.

Ele lembrou que ao deixar Havana, em janeiro de 1998, João Paulo 2o qualificou o embargo norte-americano como “opressivo, injusto e eticamente inaceitável”.

Autoridades eclesiásticas dizem, porém, que houve poucos progressos desde aquela visita, e que pedidos para o acesso permanente da Igreja ao sistema educacional e à mídia estatal foram negados.

Os principais avanços ocorreram antes da visita pontifícia, como a reforma constitucional que fez de Cuba um Estado “secular” em vez de “ateu” e que tornou oficial o feriado de Natal.

Fonte: Estadão

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