Um religioso fundamentalista islâmico no Paquistão emitiu uma “fatwa” (decreto religioso) contra todos os muçulmanos que trabalham em empresas multinacionais e em organizações não-governamentais (ONG), informou na sexta-feira a imprensa paquistanesa.

Em Matta, no distrito de Swat, na província da Fronteira Noroeste, uma das zonas do Paquistão com tradições islâmicas mais acentuadas, foram distribuídos e colados nas paredes das mesquitas folhetos convidando todos que trabalham para sociedades multinacionais e ONGs a deixarem o próprio posto de trabalho, advertindo que, se não o fizerem, “sofrerão uma série de conseqüências”.

A “fatwa” foi emitida pelo mulá Khalid Shah, que com esse decreto religioso pretende incitar os muçulmanos a combater “os amigos dos infiéis”.

Guerra Santa

O folheto, escrito em urdu, a língua do Paquistão, também diz que “já que os Estados Unidos e os hebreus tornaram a vida dos muçulmanos miseráveis, é obrigatório provocar a guerra santa contra a gente que trabalha para eles, seja em nível nacional ou internacional”, segundo informou o jornal paquistanês “Daily Times”.

Não é a primeira vez que uma “fatwa” deste tipo é emitida no Paquistão. Em dezembro do ano passado, um outro religioso emitiu uma ordem semelhante na cidade de Darra Adam Khel, sempre na província da Fronteira Noroeste, na qual descrevia todas as organizações humanitárias, inclusive a Cruz Vermelha, como “agentes do ocidente e dos judeus”.

O folheto religioso incitava os muçulmanos a colocar na mira tais organizações e a cumprir o próprio dever enquanto muçulmanos de matar os integrantes de outros credos, destruindo suas casas e seqüestrando seus bens.

Fonte: Portas Abertas

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