A presidente participou na manhã desta sexta do encerramento de congresso da Assembleia de Deus, no Brás, na região central do São Paulo.

De olho no voto dos evangélicos em busca de apoio para sua reeleição, a presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira (8) um aceno aos religiosos sustentando que “é importante crer” e disse acreditar no poder da oração.

Com um discurso com várias citações e expressões religiosas, a petista recorreu duas vezes a um salmo para afirmar que “o Estado é laico, mas feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor”.

“Eu acredito naqueles que creem e no poder da oração. Na bíblia, está escrito que a oração de um justo pode muito em seus efeitos. Não se esqueçam de orar por mim. Eu estarei contando muito com isso. Quero dizer também para vocês que todos os dirigentes desse país dependem do voto do povo e da graça de Deus. Eu também”, afirmou Dilma.

A presidente participou na manhã desta sexta do encerramento de congresso da Assembleia de Deus, no Brás, na região central do São Paulo, com mais de 5.000 pastoras e missionárias da ala comandada pelo bispo Manoel Ferreira, que apoia seu adversário Pastor Everaldo (PSC).

No início do culto, a presidente fez a oração do Pai Nosso. A petista foi recebida com a letra da música “Mulheres Guerreiras” que era exibida nos telões. Dilma ensaiou algumas estrofes e bateu palmas.

Dilma falou por mais de meia hora. No discurso lido, a presidente falou várias vezes “graças a Deus” e elogiou o trabalho social da Assembleia de Deus. A petista afirmou ainda que nunca um governo valorizou tanto a família e que ela cumpriu a promessa eleitoral de 2010.

A presidente fez uma longa exaltação de programas do governo como Minha Casa, Minha Vida, Pronatec, Bolsa Família, programa de creches e Brasil Sem Miséria. Ela estava acompanhada do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), do governador Agnelo Queiroz (DF) e do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), um dos principais representantes da bancada evangélica.

Dilma não lançou nenhuma vacina sobre a questão do aborto, que foi apontada como um dos motivos de ter proporcionado o segundo turno das eleições de 2010. A única referência foi feita por Cunha, dizendo que falava como servo de Deus, ele disse que a gestão de Dilma foi rápida para anular uma portaria que flexibilizava o aborto.

Ele foi aplaudido por Dilma e pelos presentes.

O congressista afirmou ainda que os evangélicos são contrários à legalização das drogas e defendem a liberdade de pregar contra a homossexualidade.

[b]ORIENTAÇÕES[/b]

Segundo relatos de pastoras, nos últimos dias, o comando da Assembleia de Deus de Madureira recomendou que elas evitassem qualquer manifestação que pudesse ser interpretada como contrária a Dilma no culto. No início, a pastora Keila Ferreira chegou a falar que o povo evangélico é muito educado.

Ao final, o Bispo Manoel Ferreira elogiou Dilma. “Nunca ouvi antes um presidente reconhecer os trabalhos da Assembleia de Deus. Ninguém nunca falou como a senhora falou, queria mostrar a diferença. Fiquei muito satisfeito, saímos com a alma lavada”, afirmou.

O pastor Samuel Ferreira disse reforçou os elogios. “Me senti gente hoje. Me senti reconhecido como ser humano”.

[b]Fonte: Folha Política[/b]

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