O arcebispo de Luanda, D. Damião Farnklim, disse nesta quinta-feira à Agência Lusa que o papa vai a Angola, em março de 2009, dizer aos angolanos que é preciso continuar a “trilhar os caminhos da reconciliação nacional”.

D. Damião Franklim adiantou em entrevista à Lusa que Bento 16 vai ainda dizer, durante os três dias da visita, de 20 a 23 de março, que “a esperança continua na ordem do dia”, para uma Angola melhor.

“É preciso trilhar os caminhos da reconciliação nacional, os caminhos para um desenvolvimento integral, os caminhos do trabalho, da seriedade, sem pôr de parte os valores éticos e morais”, disse D. Damião Franklim, também presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

Esta visita está, por isso, revestida de “um peso transcendental” para o país, apontou.

D. Damião Franklim defendeu que a importância desta segunda visita de um papa a Angola (a primeira foi protagonizada por João Paulo 2° em 1992) “fala por si só”, e que consiste igualmente na “confirmação da fé” dos fiéis em Angola e de todos os angolanos.

O papa vai “galgar uma grande distância para chegar a África” e isso, adiantou, “tem outro peso e outra dinâmica”.

“Numa palavra, [Bento 16] vem confirmar tudo aquilo que nós vimos fazendo”, disse D. Damião Franklim, acrescentando que a confirmação desses passos, pelo papa, cujas palavras têm uma “repercussão universal”, irá conferir outro realce a esse trabalho.

Em Angola, considerou Franklim Damião, Bento 16 vai encontrar uma Igreja Católica composta por fiéis que “vivem a palavra de Deus e os sacramentos”, que aplicam no seu dia a dia “aquilo que pede o Senhor”.

“Todos nós somos limitados, mas na medida do possível a Igreja que o papa vai encontrar, que vai visitar, é essa e não outra imaginária”, frisou.

Bento 16 é o segundo papa a visitar este país africano, depois de uma primeira efetuada por João Paulo 2°, em junho de 1992, quando Angola perspectivava a saída com sucesso de uma prolongada guerra que acabou por não se confirmar, após o retomar das hostilidades logo após a primeira rodada das eleições gerais.

De acordo com o arcebispo de Luanda, João Paulo 2° visitou Angola num momento “extremamente importante” para o país, num momento em que observava um período de paz, com a assinatura dos acordos de Bicesse.

Bento 16 vai chegar a Luanda também num momento pré-eleitoral das eleições presidenciais que vão ocorrer numa data ainda a ser anunciada em 2009.

“Bento 16 vem a Angola também seis anos depois dos acordos de Luena, passaram-se também as eleições e, por outro lado, numa altura em que Angola está a trilhar uma etapa toda ela particular, de desenvolvimento”, salientou D. Damião Franklim.

O arcebispo citou que, para além do comum da doutrina da Igreja, os angolanos esperam ouvir de Bento 16 “algo próprio” do seu “ser”, para posteriores conclusões

“Embora todos os papas tenham algo em comum, cada papa tem o seu estilo. Por conseguinte, nós esperamos ouvir algo de comum da doutrina da Igreja, mas também algo de próprio. E desse algo de próprio só poderemos tirar ilações quando ele, oxalá, cá estiver”, disse.

Fonte: Lusa

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