Caso foi dado por concluído “para preservar a saúde e o bem-estar” da jovem que estava debilitada para enfrentar três semanas de julgamento pela frente.

O caso do sacerdote Joseph D. Ross (foto abaixo), do Missouri (EUA), acusado de ter abusado sexualmente de uma menina entre 1997 e 2002, foi encerrado graças a um acordo extrajudicial, informaram nesta segunda-feira tanto a Arquidiocese de Saint Louis quanto os advogados da jovem que o processava.

Apesar do acordo alcançado fora dos tribunais estabelecer que este débito deva ser mantido em segredo, a Igreja afirmou em comunicado que as alegações contra o sacerdote por parte da jovem conhecida como “Jane Doe 92”, agora com 22 anos, eram “inconsistentes e falsas”.

Por sua vez, o advogado da jovem, Ken Chackes, insistiu na veracidade das denúncias de sua cliente de que Ross a submeteu a abusos quando ela tinha entre cinco e seis anos e ele era pároco da Igreja Católica de São Cronan, no estado do Missouri.

“O abuso de qualquer tipo é algo terrível, e o que aconteceu com esta mulher não deveria acontecer com ninguém”, disse Chackes, que insistiu que as denúncias da mulher foram sustentadas por declarações de alguns médicos que a trataram.

O caso foi dado por concluído, nas palavras de Chackes, “para preservar a saúde e o bem-estar” da jovem que estava debilitada para enfrentar três semanas de julgamento pela frente.

O anúncio do acordo judicial aconteceu quando estava previsto ser realizada a audiência para a escolha do júri do julgamento, que estava prestes a começar.

“As declarações de Jane Doe não correspondem à verdade”, e, por isso, já tinham sido desestimadas por um tribunal do Missouri, assegurou a Arquidiocese de Saint Louis, que alegou que a denunciante tem “uma condição médica com tendência a deturpar os fatos”.

Este era o segundo processo por abuso sexual levantado por Jane Doe desestimada por um tribunal “por falta de provas”, acrescentou.

[img align=left width=300]http://p1.trrsf.com.br/image/fget/cf/480/640/images.terra.com/2014/07/07/euasacerdotepadre.jpg[/img]O caso fechado com este acordo extrajudicial era o segundo de abuso sexual contra menores que a Arquidiocese de Saint Louis foi objeto e que chegava a julgamento, e foi o primeiro desde que surgiu o escândalo pelos abusos sexuais de Ross, em 2002.

Após cinco acusações de abuso a menores contra si durante a década de 1970, que foram apresentados em 2002, o sacerdote foi obrigado a renunciar.

A suspensão de Ross por seus “atos equivocados e vergonhosos” confirmou o compromisso da Arquidiocese Saint Louis de zelar pela comunidade e erradicar o assédio a menores, assim como ajudar às vítimas de abuso sexual, destacou o comunicado.

Em 1988, Ross foi declarado culpado por abuso sexual a um menor de idade e sentenciado a dois anos de liberdade condicional e a submeter-se a tratamento médico. Após cumprir a pena, Ross retomou suas funções entre 1999 e 2002, e a comunidade religiosa que presidia não foi informada dos antecedentes de abuso sexual do sacerdote, incluindo acusação e detenção.

Até o momento, a maioria dos processos contra a Arquidiocese de Saint Louis, um total de 60 casos desde 2002, terminou em acordo extrajudicial ou desmentido.

As despesas da instituição eclesiástica em processos por assédio sexual desde 2004 chegam a US$10 milhões, segundo seu estado de contas de 2013.

Um mandato judicial ordenou em fevereiro à Arquidiocese de Saint Louis a revelar uma lista “confidencial” dos sacerdotes acusados de abuso sexual a menores nos últimos 20 anos, junto com informações das vítimas.

[b]Fonte: Terra[/b]

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