O Governo americano apresentou seu relatório anual sobre a liberdade religiosa no mundo e acusou Cuba e Venezuela de serem as nações da América Latina que mais promovem “ações restritivas” ao livre exercício dos cultos.

Já Mianmar, China, Irã e Coréia do Norte são apontados como os países do mundo que cometem “as maiores violações contra a liberdade religiosa”, junto com Sudão, Eritréia e Uzbequistão.

Nesta sexta-feira, o Departamento de Estado americano apresentou seu relatório anual sobre a liberdade religiosa no mundo, que analisa a perseguição, a discriminação e as iniciativas e leis referentes ao respeito confessional.

Nele, se denuncia que, “para proteger as crenças e tradições da maioria ou da religião dominante”, alguns Governos continuam fazendo proselitismo e, no ano passado, tomaram medidas “para restringir os direitos dos indivíduos”.

O documento diferencia os países que praticam uma repressão total, como a China e o Irã, daqueles que impõem obstáculos à liberdade de credo.

Entre esses últimos se encontram Cuba e Venezuela, onde, embora o direito à prática de qualquer confissão seja reconhecido, os Governos promovem “ações restritivas” à liberdade religiosa, segundo o relatório.

O documento diz ainda que, em Cuba, “a Polícia agrediu e deteve 18 pessoas em uma Igreja Católica que antes haviam participado de um protesto político”.

No entanto, destaca “certas melhorias”, já que “grupos religiosos apolíticos” foram autorizados a se “reunirem em lugares aprovados pelo Governo”.

Na Venezuela, assim como em Cuba, os diferentes cultos também são obrigados a se registrar junto ao Governo, posto que só assim obtêm o status jurídico de organização religiosa.

No caso desse país, o relatório menciona “alguns esforços do Governo, motivados por razões políticas, para limitar a influência de grupos religiosos em âmbitos geográficos, sociais e políticos”.

Nesse sentido, critica os discursos do presidente venezuelano, Hugo Chávez, contra a Igreja Católica e comentários anti-semitas “que criaram um efeito (negativo) na sociedade”.

Entre os países onde simplesmente não existe liberdade religiosa, encontra-se Mianmar, que, em razão disso, tem várias sanções comerciais por violação dos direitos humanos.

Outro país que desde 1999 está na lista negra dos EUA é a China, que “intensificou a repressão religiosa em algumas áreas, como o Tibete e na região de Xinjiang”.

O relatório americano alerta para a perseguição a alguns grupos religiosos chineses, os quais foram obrigados a fechar seus centros durante os Jogos Olímpicos de Pequim.

No documento, também são destacadas as campanhas lançadas pelo Governo chinês que obrigam os religiosos a denunciarem o dalai lama.

A Coréia do Norte é outro país onde, segundo o Governo dos EUA, “a liberdade religiosa não existe e não há nenhuma mudança no respeito extremamente pobre” a este direito, a ponto de haver entre 150 mil e 200 mil pessoas presas por motivos religiosos “em condições extremamente penosas”, nas quais “são torturadas e não recebem alimentos”.

No caso da Arábia Saudita, um dos países mais repressivos, o relatório aponta melhoras, graças a algumas reformas que estão sendo adotadas pelo Governo, sobretudo na área da educação.

Por sua vez, no Irã, onde a Constituição garante proteção às minorias, “na prática todos os que não são muçulmanos xiitas são discriminados e as ações do Governo criam um ambiente de medo para algumas minorias”.

Os EUA, que não mantêm relações diplomáticas com o Irã, pediram aos países que travam contatos desse nível com Teerã que pressionem o Governo iraniano para que respeite a liberdade religiosa, sobretudo a comunidade judaica do país e os cinco milhões de fiéis do babismo.

No Sudão, o documento faz uma distinção entre o norte, de maioria muçulmana e onde os católicos são reprimidos, e o sul, mais permissivo.

No entanto, destaca que o país é regido pela lei islâmica (sharia) e que todas as crianças têm que estudar o Islã.

“As restrições na liberdade religiosa impedem que as relações entre EUA e Sudão melhorem”, sustenta o relatório.

Já no Uzbequistão, “a restritiva lei religiosa dificulta ou impossibilita que muitos grupos obtenham status legal” e faz com que “muitos líderes religiosos sejam detidos e presos”, segundo o documento.

Fonte: EFE

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