Portando exemplares da Bíblia nas mãos e entoando cânticos religiosos, dezenas de evangélicos marcharam, na terça-feira, na frente da sede da Suprema Corte de Justiça para pedir o fim da concordata vigente entre a Igreja Católica e o Estado dominicano, assinada na era do ditador Rafael Leonidas Trujillo, há mais de 50 anos.

“Não é uma guerra contra a Igreja Católica, o que buscamos é igualdade entre as diferentes manifestações religiosas”, disse o presidente da Coordenadoria Nacional de Igrejas Evangélicas, Domingo Paulino Moya, aos jornalistas.

Diferentes organizações cristãs apresentaram ação de inconstitucionalidade da Lei da Concordata perante a Suprema Corte de Justiça, argumentando que ela viola a Carta Política do país e é “ilegal”.

A concordata foi firmada entre o Vaticano e o Estado dominicano em 1954, período da ditadura de Rafael Leónidas Trujillo (1930-1961), com o objetivo de garantir recursos para a Igreja Católica e reconhecê-la como religião oficial do país.

Os evangélicos protestaram por causa do tratamento discriminatório contra as igrejas não-católicas, que não contam com o apoio do Estado, advertiram os participantes da mobilização.

Moya explicou que a concordata é o motivo pelo qual os governos, desde 1954, destinarem recursos somente aos templos católicos. Ele disse que o Estado investiu na construção de”luxuosos templos, doou recursos e apoiou obras sociais católicas.

A marcha desta terça-feira foi o primeiro passo de uma série de medidas que serão adotadas pelos evangélicos dominicanos para demandar a abolição da concordata e repudiar as pretensões de permitir o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, indicou o porta-voz evangélico.

A Suprema Corte deverá pronunciar-se nos prazos legais a respeito do tema, mas antes terá de considerar que se trata de uma questão sensível, porque o acordo é defendido pela influente Igreja Católica dominicana, disse uma fonte.

Fonte: ALC

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