Mais de 60 ex-alunos surdos de um colégio religioso da cidade de Verona (norte da Itália) denunciaram 20 anos depois os supostos abusos sexuais que sofreram por parte de sacerdotes em uma reportagem que a revista italiana “L’Espresso” publica hoje.

A investigação jornalística, que ganha destaque na edição de hoje do diário “La Repubblica”, exibe o testemunho de adultos que dizem ter superado o medo que ficou como sequela dos supostos abusos sexuais quando eram crianças e estudavam no colégio “Antonio Provolo”.

Segundo o “L’Espresso”, esses mais de 60 ex-alunos que agora revelam os supostos abusos não pretendem iniciar qualquer tipo de ação judicial, pois o crime teria prescrito, mas desejam alertar a população ao fato de que alguns daqueles sacerdotes continuam em dois colégios de Verona.

“Por este motivo, antigos alunos enviaram à ‘L’Espresso’ os testemunhos – escritos e filmados – de sua experiência. Documentos apavorantes que poderiam esclarecer um dos casos mais graves de pedofilia na Itália: os episódios envolvem 25 religiosos, e o número de as vítimas poderia chegar a pelo menos 100”, explica a revista em seu site.

Segundo a publicação, décadas depois as supostas vítimas de abusos sexuais por religiosos se reuniram na Associação de Surdos de Antonio Provolo e enviaram várias cartas a autoridades da Igreja Católica italiana.

“Na sala estabelecida como confessionário (…) alguns sacerdotes aproveitavam para se masturbar e ser tocados ao mesmo tempo por meninas surdas (a porta estava nesse momento sempre fechada)”, diz um desses documentos.

“As relações sodomitas aconteciam no dormitório, nos quartos dos sacerdotes e nos banheiros”, disse o texto antecipado ontem pelo “L’Espresso” em seu site e que é assinado por 67 ex-alunos do “Antonio Provolo”.

Fonte: EFE

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