O ex-arcebispo de Lusaka (Zâmbia) Emmanuel Milingo, excomungado pelo Vaticano por se unir a uma associação de padres casados, quer “reabilitar a imagem da Igreja Católica”, segundo uma carta tornada pública pelo ex-sacerdote italiano Giuseppe Serrone.

“Nós procedemos da Igreja Católica onde os sacerdotes casados são considerados estrangeiros, indesejados e fracassados por não haver respeitado o celibato”, diz Milingo na carta enviada a Serrone, que junto a sua mulher também pertence à associação americana “Married Priests Now” (Padres Casados Já).

O ex-arcebispo explica que “com nossa ação, que procura reabilitar padres casados, demos um dos maiores passos para restituir o bom nome da Igreja”.

Segundo sua opinião, “o celibato não está ligado necessariamente ao sacerdócio” e “não pode ser matéria da recente excomunhão recebida pelo Vaticano”.

Em 26 de setembro, o Vaticano anunciou a excomunhão automática de Milingo por haver acabado com a “vigilante paciência” da Santa Sé após ordenar quatro sacerdotes como bispos dos Estados Unidos que também foram excomungados.

Os problemas do Vaticano com Milingo começaram em julho de 2001 quando viajou aos EUA e se casou com a coreana Maria Sung durante uma grande cerimônia da seita do reverendo Moon.

Depois, Milingo repudiou a esposa e pediu o perdão do Vaticano, que o concedeu e lhe permitiu voltar a sua paróquia de Zagarolo (centro da Itália), até que em agosto passado voltou a viajar aos EUA para se unir ao movimento de padres casados.

Milingo, que anunciou uma grande reunião de padres casados em Nova York em dezembro, disse haver recebido “milhares de pedidos de sacerdotes casados que desejam continuar seu trabalho pastoral, assim como de homens casados que desejam ser ordenados sacerdotes”.

Fonte: Último Segundo

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