Em tenso depoimento no processo que apura a existência do mensalão do PT, o ex-deputado e ex-bispo da Igreja Universal, Carlos Rodrigues, confirmou hoje que recebeu os R$ 150 mil, sacados do Banco Rural, no segundo turno das eleições de 2002.

Segundo ele, o dinheiro era para pagar despesas no segundo turno da campanha presidencial de Lula no Rio. Ele contou ao juiz subtituto da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Érik Navarro Lins, que a quantia foi liberada um ano depois de uma reunião em São Paulo em que esteve com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o então presidente do antigo PL, Valdemar Costa Neto. Carlos Rodrigues lembrou que naquela eleição só apoiou a campanha do presidente Lula no segundo turno, já que no primeiro turno esteve ao lado do ex-candidato Anthony Garotinho, que também disputava a Presidência da República.

Sobre como foi usado o dinheiro, o ex-deputado disse ainda que sua defesa apresentará as provas ao longo do processo. Rodrigues negou ao juiz a existência do mensalão e afirmou que o PL sempre votou a favor de Lula e que sempre foi alinhado com o PT. O ex-deputado também falou de como é “difícil a vida de um parlamentar”:

– Ao contrário do que a imprensa relata, a vida de parlamentar é muito difícil, cheia de sacrifícios. Nos fins de semana, somos obrigados a ir a casamentos e cumprimentar pelo menos 200 pessoas que não conhece. Às vezes, o parlamentar está se preparando para ir ao cinema, mas tem que colocar um terno e ir ao enterro de algum eleitor – disse ele.

O ex-bispo não quis dar entrevista e, perguntado sobre que função estava desempenhando agora, limitou-se a dizer:

– O meu Imposto de Renda mostra isso.

Rodrigues é acusado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

Fonte: Globo Online

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