Fontes cristãs no país relataram que Ali Mustaf Maka’il, que se converteu do islamismo ao cristianismo há 11 meses, foi baleado e morto em Manabolyo, uma região de Mogadíscio, em 7 de setembro de 2006.

Ali Mustaf, de 22 anos, era comerciante de tecidos e estudante universitário.

De acordo com informações, o pistoleiro era ligado à União das Cortes Islâmicas (ICU, sigla em inglês), a organização islâmica que tomou o poder em Mogadíscio no início de junho passado e agora controla a maior parte do sul da Somália. O pistoleiro disparou um tiro nas costas de Ali Mustaf, depois que este se recusou a se juntar a um grupo, que recitava versos do Alcorão em respeito a um eclipse lunar. (Eclipses solares e lunares são significantes no islã e são acompanhados por orações congregacionais especiais.) A ICU reteve o corpo de Ali por 24 horas antes de entregá-lo à família.

Parece que com os novos governantes islâmicos, que incluem jihadistas radicais, a trágica história de perseguição e sofrimento para a pequena comunidade cristã vai continuar e, muito provavelmente, piorar.

Em julho de 2006 houve relatos não confirmados de que três cristãos tinham sido baleados e mortos por islamistas quando voltavam para casa, depois de participar de uma reunião de oração. Em outubro de 2005 o evangelista e líder de igreja doméstica, Osman Sheik Ahmed, foi morto a tiros por radicais islâmicos. Filhos de refugiados cristãos da Somália no Quênia têm sido seqüestrados por parentes muçulmanos e levados para instituições islâmicas na Somália para “reabilitação”.

Inimizade histórica

O líder da ICU, Hassan Dahir Aweys, prometeu implantar a sharia em todas as áreas controladas por ele. De acordo com a lei islâmica, os apóstatas (aqueles que deixam o islã por outra religião) precisam ser mortos. Os líderes da ICU já ameaçaram matar como apóstatas os muçulmanos que são negligentes em suas orações, alegando que isso é ordenado pela sharia. Vários muçulmanos têm sido chicoteados publicamente por crimes relacionados às drogas desde que a ICU assumiu o poder.

Mais de 99,5% dos somalis são muçulmanos e consideram o cristianismo como uma religião estrangeira provenientes de seus inimigos históricos na Etiópia e de seus antigos colonizadores italianos e britânicos.

Há uma longa história de conflito entre muçulmanos somalis e cristãos etíopes, de modo que os sentimentos anticristãos se aprofundam na Somália. A maioria dos somalis aceita sem questionar que um verdadeiro somali é muçulmano e que os convertidos ao cristianismo são traidores.

Esses preconceitos, sustentados amplamente pelos muçulmanos somalis, parecem estar sendo usados para justificar a violência contra os cristãos, tanto naturais do local, quanto exilados.

As invasões do Afeganistão e do Iraque lideradas pelos Estados Unidos e a recente campanha israelense contra o Hezbollah no Líbano inflamaram a natural hostilidade ao Ocidente e aos cristãos.

Fonte: Portas Abertas

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