O fundador e líder da Igreja Renascer em Cristo, apóstolo Estevam Hernandes, divulgou na tarde deste domingo (25) uma declaração em que fala sobre o desabamento do templo na Avenida Lins de Vasconcelos, na Zona Sul de São Paulo, há uma semana. Nove pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas no acidente. “Exigimos respeito à nossa dor”, diz ele.

A assessoria da Renascer informou que a declaração seria lida nos cultos das 19h deste domingo (25). O apóstolo diz na mensagem que o templo sempre esteve seguro, “com toda a sua documentação legal, alvará, manutenções e limpeza”. “Ninguém em sã consciência ficaria cego à segurança de seu povo, ninguém deixaria de cuidar de sua casa a ponto de seu teto cair sobre seus próprios filhos”, afirma.

Hernandes diz ainda que a sede será reconstruída. “A sede mundial de nosso templo, destruída em segundos, é nosso ninho. E o reconstruiremos. Tijolo por tijolo”, completa. O apóstolo e a mulher dele, a bispa Sônia, moram nos Estados Unidos, onde estão em liberdade condicional.

Confira a íntegra da declaração do líder da Igreja Renascer em Cristo:

“Como líder espiritual da Igreja Renascer em Cristo, em nome de nossos irmãos, e em um dia tão importante para a cidade de São Paulo, dia de seu aniversário, que deveria ser só de alegria, faço questão de dirigir-me a toda a população para esclarecer e afastar de vez algumas dúvidas que ainda pairam.

Uma semana após uma tragédia que abalou as nossas almas, abateu nossos ânimos, levando e ferindo nossa gente.

Uma semana onde nossos ouvidos foram feridos pelas mais terríveis flechas, pelas mais absurdas e constrangedoras acusações.

Uma semana onde, ao mesmo tempo em que víamos a solidariedade natural do ser humano, a força da sobrevivência, a luta pela vida, vimos os guerreiros do mal, inimigos da verdade, querendo culpar-nos.

Exigimos respeito à nossa dor.

Temos o direito de conclamar as pessoas de bom senso que percebam – ninguém em sã consciência ficaria cego à segurança de seu povo, ninguém deixaria de cuidar de sua casa a ponto de seu teto cair sobre seus próprios filhos, sobre sua própria família. De sangue. De fé. Nossos vizinhos, que ali viram nascer e crescer uma grande e forte crença, uma grande e forte Igreja.

De uma vez por todas, a sede mundial de nosso templo, destruída em segundos, é nosso ninho. E o reconstruiremos. Tijolo por tijolo. Hoje, amanhã e sempre. Com a força de Deus restaurador, com a força de nosso amor.

De uma vez por todas, chega!

Não digam ou pensem mais tantas calúnias. Não deixem – e digo isso novamente clamando a atenção de todos, dos que estão aqui, nos ouvindo, e de onde estiverem ouvindo ou lendo o que for, onde nossas palavras possam alcançar. Chega de incoerência!

Diuturnamente, como cabe a um templo evangélico, de portas abertas para receber seus fiéis e necessitados, de uma vez por todas, nosso templo durante todo o tempo – eu garanto – sempre esteve seguro, com toda a sua documentação legal, alvará, manutenções e limpeza. Suas reformas foram feitas dentro das mais rígidas normas de segurança, sob a supervisão de profissionais competentes e cuidadosos, de instituições e empresas reconhecidas.

Nosso telhado não era de vidro. Se dele caíam lágrimas, eram as de nosso povo, de nossos próprios desafios. Não gotas de chuva, essas, totalmente aparadas em um telhado novo, telhas, calhas e rufos trocados.

Acusam-nos de conluios com autoridades?

Acusam-nos de premeditação de uma tragédia?

Vamos, digam, acusem logo! Sejam diretos, chega de insinuações, plantadas aqui e ali, em terra infértil. Provem. Não, não poderão sustentar suas palavras. Confiamos na Justiça, confiamos nas investigações. Apenas elas desvendarão o mistério, dirão o que ocorreu naquele domingo marcado a ferro em nossos corações. Somos uma igreja, lideramos pessoas do bem, não ignorantes como querem fazer supor, ou robôs sem sentimento, zumbis de cérebro lavado. Fazei – meu Deus – com que o bom senso prevaleça sobre a mentira, sobre a inverdade, sobre o preconceito e a ignomínia!

Em uma semana, e quero deixar aqui nosso mais expresso agradecimento à toda a população e às autoridades, vimos igrejas de todos os credos se manifestando solidariamente. Em uma semana, verdadeiro exército de paz e de ajuda se formou. Na assistência incansável aos atingidos, de uma forma ou outra, pela tragédia. Nos hospitais, nos cemitérios, nas casas, nos templos. E também na tentativa de mostrar a todos o que fazíamos e como combatemos todos juntos. Contando, inclusive, com o apoio da imprensa, quando esta pode se exprimir, e onde ela se exprime sem ideologia, junto ao povo, dele ouvindo a sua palavra. Eu digo: toda a assistência às vítimas e seus familiares vêm sendo prestada. Toda.

Estamos longe, eu e minha querida esposa Bispa Sônia, pagando muito, muito mais caro do que outros um dia já pagaram. Distorceram nossas falas, invejaram nossas conquistas.

Muitos ainda não enxergam a extensão de nossa obra, o resgate de famílias inteiras de vícios, recuperação e orientação de jovens, para que ninguém os encontre largados na vida, prontos a matar pelas ruas.

Nossos jovens, que orgulho tenho deles!

Levam a palavra cristã, levam a palavra de fé. Buscam recuperar os perdidos valores familiares, recuperam e semeiam suas próprias existências, entre si, e entre os que com eles convivem. Temos muitos vencedores em nosso time!

Nossos esforços conjuntos abriram canais, entre os mais modernos de comunicação, abertos, livres, proclamando a Palavra de Deus, interagindo, na busca constante de aperfeiçoamento, do divino. Nossos templos se multiplicaram, portas abertas e mãos sempre estendidas. Nossa obra social tem resultados. Cria a esperança.

Por isso, crescemos a cada dia. É uma força conjunta. Não uma fé isolada, de poder centralizador.

O que é da Renascer não é meu, não é seu, não é de minha família. É de todos, tudo construído de grão em grão.

Eu sou da Renascer. Meu povo é quem me comanda. O que é nosso foi erigido por todos.

E é por todos que tenho a obrigação de não me calar, de defender nossa honra, nosso credo, nossos preceitos. Vivemos num país livre.

O Brasil é uma nação só.

Não nos separaremos de ninguém. Não nos jogarão uns contra os outros! Somos um.

Fomos todos atingidos. E seremos todos nós os vencedores. As vítimas e feridos de uma catástrofe, de uma guerra, de um desígnio, são os mártires que sempre estarão presentes em nossas vidas”.

Apóstolo Estevam Hernandes

São Paulo, 25 de janeiro de 2009”

Fonte: G1

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