Banda de rock irlandesa U2
Banda de rock irlandesa U2

A famosa banda de rock U2 expressou no seu Twitter, apoio à legalização do aborto na Irlanda, seu país natal, na terça-feira, 1º de maio, para o desalento de muitos fãs cristãos que dizem que não vão mais apoiar o grupo.

Através de suas contas oficiais nas redes sociais, U2 publicou uma mensagem incentivando a votar a favor do aborto no referendo do dia 25 de maio.

O U2 twittou a foto acima apoiando a campanha “Revogar o oitavo” pedindo aos cidadãos irlandeses que votem “Sim” em 25 de maio para revogar a oitava emenda da Constituição da Irlanda que declara: “O Estado reconhece o direito à vida do feto e, com a devida consideração ao igual direito à vida da mãe, garante em suas leis respeitar e, na medida do possível, por suas leis defender e reivindicar esse direito “.

O governo da Irlanda aprovou que no dia 25 de maio se realize um referendo para decidir se revoga ou não a emenda que defende a vida o ventre materno, e ofereceu promover uma lei para permitir o aborto até a 12ª semana de gestação, caso vença o “sim”.

Se revogadas, as mulheres poderão ter acesso a abortos até 12 semanas. Abortos de até  23 semanas podem ser realizados por “circunstâncias excepcionais”, segundo Simon Harris, ministro da Saúde do país, ou em meio a preocupações com a saúde mental da mãe, como o risco de suicídio.

O aborto só é legal na Irlanda em casos de emergência médica ou se três médicos concordarem que a mãe está em risco de suicídio. Atualmente, as mulheres também podem viajar para fora do país em busca de um aborto. No entanto, o aborto não é legal em casos de estupro, incesto ou anormalidades fetais.

Em declarações ao jornal britânico ‘The Times’, o guitarrista do U2, Dave Howell Evans – conhecido como ‘The Edge’ –disse que, embora seja a favor da legalização do aborto, “entendo por que as pessoas poderiam ter problemas com isso. O importante é votar”.

“Há uma imensa diferente diferença de opinião e é muito emotivo e aceito isso”, disse e assinalou que “é um tema muito emotivo e acho que reconhecemos que temos sentimentos muito fortes em ambos os lados”.

Apesar de sua campanha a favor do aborto na Irlanda, os membros de U2 assinalaram que não participarão do referendo devido à sua agenda de shows nos Estados Unidos.

“Consideramos a possibilidade disse, mas quando se está longe é muito complicado”, disse Adam Clayton, baixista da banda.

Fãs decepcionados

Alguns fãs comemoraram o tweet do U2 com likes e retweets, mas muitos outros expressaram sua decepção.

“Cara, eu estou tão desapontado com Bono. Eu ainda vou ouvir a música dele, mas eu estou triste que, tendo derramado sua voz para os vulneráveis, ele está virando as costas para aquelas preciosas almas que não têm voz, “Pastor Daniel Darling, vice-presidente de Comunicações da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa,  twittou na quinta-feira.

Darling acrescentou: “Vamos considerar o que está acontecendo na Irlanda: um país inteiro está votando o direito de enviar voluntariamente mais vulneráveis ​​a um túmulo prematuro”.

Cristy, outra fã da banda escreveu no Twitter: “Isso quebra meu coração. Eu amei e segui você por 20 anos. Eu ainda amo você, mas não posso segui-lo por esse caminho. Meus ingressos para os próximos shows não serão usados.”

Sean Mullarkey, outro fã da banda disse: “Estou tão desapontado. Um fã desde o lançamento do single “Fire” no mesmo dia. Eu sou pro escolha como acredito que Deus é. Todas as nossas escolhas são nossas escolhas e devem ser feitas livremente Mas para apoiar o aborto? E isso vindo de uma banda que dá vida e amor.”

Rodrigo Mañón, mais um fã, disse: “Muito desapontado com vocês.”


Voto pelo “não”

Recentemente, três bispos irlandeses explicaram porque votarão pela “não” revogação da emenda que defende a vida no ventre materno.

“Nada é tão importante para o futuro de nossa humanidade do que o direito à vida”, disse o Bispo de Kildare e Leighlin, Dom Denis Nulty. “Acredito que nenhum de nós, mulheres ou homens, tem o direito absoluto sobre a vida do outro”, acrescentou.

Por sua parte, o Bispo de Cork e Ross, Dom John Buckley, sublinhou que “a criança no útero é inocente das circunstâncias de sua concepção e seu estado de saúde. Não há outra situação na vida na qual o final da vida de uma pessoa inocente seja a resposta a uma dificuldade”.

“Nunca mais voltaremos a ter um voto mais importante. Não há causas mais nobres do que defender aqueles que não podem se defender por si mesmos”, disse.

O Bispo de Raphoe, Dom Alan McGuckian, assinalou que, “como católicos, todos nos apegamos à sacralidade absoluta de toda a vida, desde a concepção até a morte natural”.

Fonte: ACI Digital, The Christian Post, Irish Central e Twitter

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