O líder cubano Fidel Castro voltou nesta quinta-feira a criticar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush em um artigo no qual o chama de “enganador” e diz que “ele se excedeu” por afirmar que compartilha valores com o Papa Bento XVI.

O novo artigo de Fidel, o 15º desde o final de março, foi divulgado hoje em Havana por fontes oficiais e foi escrito depois de ele aparecer na última terça na TV cubana em sua primeira entrevista nos últimos dez meses, período no qual se afastou do poder por causa de um problema de saúde.

“Havia prometido a mim mesmo esperar um pouco para ver como se desenvolviam as contradições entre Bush e seus aliados europeus sobre a questão da mudança climática. Mas, George W. Bush passou dos limites, afirmou que chegará ao Vaticano ‘com a mente aberta e com muita vontade de escutar o Papa'”, declarou.

“Ele afirmou que ‘compartilha com ele os valores do respeito pela vida, pela dignidade do homem e pela liberdade'”, continua.

O líder cubano se pergunta: “Como ele chegou a pensar que o Papa Bento XVI compartilharia com ele os valores do respeito pela vida, da dignidade do homem e da liberdade?”.

Castro disse que “Bush pretende agora enganar o Papa Bento XVI” e o acusa de querer fazer parecer que não existe a Guerra do Iraque nem seus custos em vidas inocentes, nem existe o risco de uma guerra com o Irã.

Além disso, disse que o presidente dos EUA “criou centros oficiais de tortura em Abu Ghraib e a base naval de Guantánamo” e se pergunta o que o levou a libertar o anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de terrorismo por Caracas e Havana, no dia em que se cumpriam 45 anos da tentativa de invasão da Baía dos Porcos.

“Prometi reflexões breves e cumpro minha palavra”, finaliza.

Castro apareceu na última terça com uma feição mais animada que em vídeos anteriores divulgados pela TV cubana e disse que neste momento faz o que deve fazer, em referência a seu processo de recuperação.

Fonte: EFE

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