Os fiéis da Paróquia São Cristóvão, em Paranaguá (PR), rezam 24 horas pela localização do padre Adelir de Carli, 41 anos. Eles seguem em vigília desde o desaparecimento do religioso, no domingo passado (20), quando saiu para um vôo com balões de gás coloridos.

O bispo Dom João Alves dos Santos, da Diocese de Paranaguá, assumiu interinamente a paróquia que era comandada por Carli. “Todos os padres das 16 paróquias de Paranaguá estão se revezando para celebrar as missas diárias. A igreja não fecha e não vai fechar até a conclusão das buscas.”

Santos disse que ainda não pensou na possibilidade de substituir o padre Carli no comando da paróquia. “Oramos para encontrá-lo. Seja para ele retornar ao trabalho na igreja ou para um possível sepultamento. De qualquer forma, ainda temos fé de que ele esteja com vida. O trabalho do Exército nas buscas é muito importante”, afirmou o bispo de Paranaguá.

Pastoral Rodoviária

Depois de ser ordenado padre em agosto de 2003, Adelir de Carli foi nomeado o responsável pela Paróquia de São Cristóvão, em meados de 2004. Desde então, ele criou o projeto da Pastoral Rodoviária, que presta apoio a caminhoneiros que trafegam pela BR-277.

“Estamos construindo mais de 100 quartos para que os motoristas de caminhão e suas famílias possam descansar durante as viagens. É uma maneira de prevenir acidentes, o uso de drogas e do álcool e também para integrar as famílias”, disse Denise Gallas, 44 anos, tesoureira da pastoral.

Ela disse que já foram investidos cerca de R$ 800 mil no projeto, que fica em um terreno de 62 mil m², ao lado do pátio de triagem do Porto de Paranaguá.

“Neste momento, estamos todos concentrados nas buscas pelo padre. A pastoral está temporariamente parada, mas o projeto não pode deixar de existir. Ele será continuado”, disse o bispo de Paranaguá.

Padre Carli fazia os vôos de balão justamente para divulgar o projeto da Pastoral Rodoviária. “Não podemos esmorecer. Ele trabalhou tanto para prestar essa ajuda aos caminhoneiros, e retomaremos o trabalho em breve”, disse Denise.

Esperança

Cláudia Assunção, 59 anos, é uma das pessoas que fazem vigília de oração para a localização do religioso. “Convivo com ele, diariamente, desde que ele foi ordenado padre. Ele chegou a morar em minha casa até a Paróquia de São Cristóvão ficar pronta. Trabalho com ele há cerca de cinco anos.”

Ela afirmou que não perde a esperança pela localização do padre. “Não podemos deixar de ter fé. Ele tinha experiência no que fazia. Acho que ele ainda será reencontrado”, disse Cláudia.

Fonte: G1

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