O filme “Parzania”, que conta o massacre de dois mil muçulmanos por extremistas hindus em 2002 no estado de Gujarat, na Índia, não será projetado nos cinemas dessa região, após um acordo entre o diretor do longa e os exibidores.

Depois de uma reunião em Ahmenabad, capital do estado, com os donos dos cinemas, o diretor do filme, Rahul Dholakia, anunciou que “Panzania” não chegará ao público da região porque os exibidores temem atos de “vandalismo” em seus estabelecimentos.

Dholakia, citado pela agência indiana “PTI”, considerou que os donos das salas “estão sendo manipulados por alguém” para tomar essa decisão, pois a Polícia havia oferecido a eles proteção diante da possibilidade de que a exibição do filme gerasse protestos.

Gujarat é uma região com mais de 50 milhões de habitantes governada por Narendra Modi, que também era governador na época do massacre e é conhecido por sua agressividade contra a população muçulmana indiana.

“Se alguns muçulmanos ainda têm coragem de viver aqui com suas ‘hordas’, o que temos que fazer é deixar de nos relacionar com eles”, afirmou Modi em agosto de 2004 no programa de televisão “Aaj Talk”.

Baseado em fatos reais, o longa revive a história de um casal de religião farsi que perde seu filho, Parzan, na onda de violência que atingiu a cidade de Ahmedabad em 2002.

O que deflagrou esse conflito foi a morte de 58 peregrinos hindus na localidade de Godhra, em março de 2002, quando o trem no qual viajavam parou por causa de barricadas colocadas nos trilhos e, momentos depois, pegou fogo.

Até hoje não está claro se este ataque foi obra de fundamentalistas islâmicos, como asseguraram na época os radicais hindus, ou um simples acidente, como concluiu em 2005 uma comissão de especialistas em um relatório solicitado por Nova Délhi.

Fonte: EFE

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