A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alertou que 1,8 milhão de pessoas na Somália ainda precisa de ajuda “humanitária urgente”, além de apoio para garantir meios de subsistência, em uma crise alimentícia que continuará “pelo menos, até o final do ano”.

Em comunicado, a FAO afirmou que se a atual situação política do país piorar, com a intensidade no conflito armado, a crise humanitária “pode agravar-se de forma significativa” no centro e no sul do país.

Caso o conflito se agrave, o número de refugiados em países vizinhos “poderia” aumentar, expandindo a crise vivida atualmente pela Somália.

A situação é “especialmente difícil” no sul do país, onde 1,1 milhão de pessoas necessita de ajuda humanitária urgente ou suporte para garantir meios de subsistência, segundo o último relatório elaborado pela Unidade de Avaliação da Segurança Alimentaria na Somália.

Em algumas regiões, como Gedo, a situação nutricional é “especialmente crítica”, com mais de 20% da população em condições de “má nutrição severa”.

O relatório estima que a colheita de cereais entre abril e junho deste ano no sul do país foi de 113 mil toneladas, apenas 71% da produção média do período de 1995 a 2000, por causa da falta de chuvas.

A situação se complica com a morte de cabeças de gado e a deterioração dos recursos hídricos nas áreas tradicionais de pastagem, o que agrava o endividamento já crônico dos camponeses.

A recuperação completa dos danos causados pela seca ainda pode demorar vários anos, principalmente nas comunidades que vivem da agricultura.

Os setores mais vulneráveis da população da Somália necessitam urgentemente de ajuda para suprir suas necessidades mais imediatas, como um melhor acesso a alimentos, água, habitação, saneamento e saúde.

Além disso, é necessário um apoio para a aquisição dos meios de subsistência, como a reparação e a manutenção dos poços de água, a melhoraria da infra-estrutura para o plantio, o maior acesso ao crédito e o fim do endividamento dos camponeses.

Fonte: EFE

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