A prisão do secretário de obras do kirchnerismo (2003-2015), José López, com US$ 8,9 milhões (R$ 30 milhões) em espécie começa a complicar um setor da Igreja Católica argentina.

López foi detido há um mês quando tentava esconder o dinheiro em um convento na Grande Buenos Aires. O vizinho do local, Jesús Omar Ojeda, que chamou a polícia, disse que havia visto o kirchnerista jogando as sacolas com os dólares pelo muro do convento, onde o dinheiro seria enterrado.

Vídeos das câmaras de segurança, divulgados na noite de terça (12) pelo canal de TV Telefe, mostram, porém, que as freiras abriram a porta para López.

Pelas imagens, é possível vê-lo colocando as sacolas e um fuzil diante da porta da cozinha do convento às 3h. Em seguida, uma freira guarda o dinheiro, mas deixa a arma do lado de fora.

As investigações apontam que, na noite em que o kirchnerista foi preso, foram feitas 11 ligações entre o celular da madre superior do convento, Alba Día de España Martínez Fernández, e o da mulher de López, María Amalia Díaz.

[b]CUMPLICIDADE[/b]

As freiras afirmam ao Canal 13 que achavam que López estava levando comida ao convento, pois já as havia ajudado em ocasiões anteriores. Quando souberam que levava dinheiro ilícito —supostamente desviado de obras públicas—, se recusaram ficar com as sacolas, dizem. Elas serão investigadas como cúmplices de López.

Fotos antigas mostram que as irmãs, López e Alicia Kirchner, cunhada da ex-presidente Cristina Kirchner, eram próximos. O arcebispo Rubén Héctor Di Monte, morto no ano passado e responsável pela diocese da região do convento, também era amigo do ex-secretário de obras.

No fim de junho, o arcebispo José María Arancedo afirmou que reprovava qualquer ato de corrupção, “principalmente os que envolvem membros da Igreja”.

A prisão de López no convento foi um dos maiores escândalos do kirchnerismo desde que Cristina deixou a Casa Rosada, em dezembro do ano passado. Desde então, deputados e senadores ligados à coalizão Frente para a Vitória, base do kirchnerismo, a abandonaram, enfraquecendo o já débil alcance político de Cristina.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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