O governo do Reino Unido criticou nesta quinta-feira (25) a decisão da emissora de TV Channel 4 de exibir uma mensagem de Natal do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, dirigida aos britânicos, ao advertir que a iniciativa causa uma “ofensa internacional”.

“Durante o tempo em que está no poder, o presidente Ahmadinejad fez uma série de péssimas declarações anti-semitas”, disse um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores britânico.

“Os meios de comunicação britânicos são livres para tomar suas próprias decisões editoriais, mas isso causa ofensa e surpresa não só no território nacional, mas também em países amigos”, acrescentou o porta-voz.

O vídeo com Ahmadinejad, que faz parte das mensagens natalinas “alternativas” que o canal transmite desde 1993, foi divulgado nesta quinta às 19h15 GMT (17h de Brasília) e não coincidiu, como já ocorreu em outras ocasiões, com a tradicional mensagem do Natal da rainha Elizabeth II, transmitida a toda a nação às 13h do horário de Brasília.

Em discurso de cerca de dez minutos com subtítulos em inglês, o presidente, ao lado da bandeira iraniana e com uma cortina azul ao fundo, felicitou os cristãos britânicos pelo nascimento de Jesus Cristo.

Além disso, Ahmadinejad, vestido com jaqueta cinza e uma camisa de cor clara, criticou a “indiferença de alguns governos e poderes” com relação às doutrinas dos “profetas divinos”.

“Se Cristo estivesse hoje na Terra, não resta dúvida de que apoiaria o povo que se opõe aos poderes expansionistas, mal-humorados e intimidadores”, afirmou, com tom pausado, o presidente iraniano.

O Channel 4 rejeitou as críticas alegando necessidade de oferecer aos telespectadores “uma perspectiva diferente do mundo que nos rodeia”, segundo destacou a responsável pelo setor de jornalismo do canal, Dorothy Byrne.

No entanto, a iniciativa provocou a repulsa de alguns deputados britânicos, ativistas defensores dos direitos humanos e do embaixador de Israel no Reino Unido, Ron Prosor.

O parlamentar trabalhista Louis Ellman, presidente do Movimento Judeu Trabalhista, condenou a decisão do canal por dar um espaço sem réplica a “um fanático perigoso que nega o Holocausto enquanto prepara outro.”

Fonte: G1

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