O governo da Irlanda quer que as ordens católicas envolvidas em casos de abusos contra menores aumentem em 230 milhões de euros as indenizações às vítimas, um adicional que equipararia a quantia fornecida pelo Estado.

De acordo com o site do jornal “The Irish Times”, o ministro irlandês de Educação, Ruairí Quinn, colocou esta questão ao Executivo de coalizão entre conservadores e trabalhistas, que espera deixar liquidada até o final de abril.

Recentemente, Quinn remeteu uma carta às 18 ordens católicas assinaladas pelas autoridades para pedir um aumento de sua contribuição para as compensações, mas sua resposta foi “decepcionante”, segundo assinalou uma porta-voz do ministro.

O titular de Educação deve endurecer sua posição, principalmente depois que o Parlamento nacional aprovasse (em 2009) por unanimidade uma proposta que pede mais ajuda à Igreja Católica irlandesa.

Até o momento, as 18 congregações envolvidas forneceram 500 milhões de euros, a grande maioria em bens imóveis, embora o governo de Dublin considere que esse número deve chegar aos 730 milhões de euros.

Essa quantidade representaria a metade dos 1.460 milhões de euros que o Estado irlandês concordou em conceder às milhares de vítimas dos abusos através de um organismo denominado Junta de Compensações de Instituições Residenciais.

Segundo o último relatório dessa Junta, até finais de 2012, foram pagos 1.069 milhões de euros aos sobreviventes, embora ainda faltem 485 casos denunciados.

O governo irlandês depende da boa vontade das ordens, pois reconheceu que carece de instrumentos legais para obrigar à Igreja Católica a pagar mais indenizações às vítimas.

Essa Junta foi criada em 2002, quando o governo estimou que o total das indenizações não deveria superar os 300 milhões de euros.

[b]Fonte: EFE[/b]

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