Pela primeira vez, a Prefeitura de Salvador (BA) divulgou uma pesquisa de mapeamento de terreiros de candomblé na cidade. No segundo semestre, a prefeitura irá investir R$ 2,2 milhões na reforma destes terreiros. A verba foi liberada pelo Ministério da Cultura.

Os pesquisadores identificaram 1.296 terreiros na capital. Desses, 1.163 estão em funcionamento.

Houve um aumento de 14,2% no número de terreiros em funcionamento em comparação com uma pesquisa realizada em 1983 pelo governo do Estado, quando foram identificados 1.018 terreiros em atividade na capital.

Os resultados do estudo, ainda preliminares, foram apresentados nesta terça-feira. Para o diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Jocélio Teles dos Santos, coordenador da pesquisa, além do crescimento no número de terreiros, chama a atenção também as atividades sociais desenvolvidas nos locais.

“Há creches e atividades sociais, políticas e culturais em cerca de 30% deles.” Segundo Santos, 39,3% dos terreiros cadastrados têm escritura registrada em cartório.

De junho de 2006 a abril de 2007, foram coletadas informações referentes às condições de infra-estrutura, documentação e regularização fundiária dos terrenos, entre outros aspectos sociodemográficos.

A previsão é que até o final de junho o mapeamento esteja concluído. Segundo a prefeitura, a pesquisa, que faz parte do Programa de Valorização do Patrimônio Afro-Brasileiro, é o ponto de partida para a implementação de uma série de políticas públicas destinadas à melhoria dos locais.

O secretário da Reparação (pasta responsável pelas políticas de igualdade social) de Salvador, Gilmar Santiago, disse que, a partir do segundo semestre, a prefeitura irá investir R$ 2,2 milhões em reformas dos terreiros em Salvador. A verba foi liberada pelo Ministério da Cultura.

Santiago afirmou também que o trabalho de mapeamento irá ajudar a prefeitura a realizar a regularização fundiária dos terreiros da capital.

Fonte: Folha Online

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