Centenas de integrantes de grupos religiosos, movimentos estudantis e sociais lotaram o Plenário da Câmara de Vereadores de Maceió e a Praça Deodoro, nesta sexta-feira (04) para acompanhar as discussões sobre o Plano Municipal de Educação, em sessão pública, e a polêmica sobre a inclusão nas escolas da discussão sobre ideologia de gênero. A maioria dos presentes, composta por grupos religiosos, quer a retirada do tema do Plano.

[img align=left width=300]http://www.correiodopovo-al.com.br/index.php/thumb/exibir?src=imagens%2Fcamara-de-maceio-plenario1441385781.JPG[/img]Desde as primeiras horas da manhã pessoas faziam vigília em frente à Câmara de Vereadores como forma de protesto ao debate sobre gêneros. Um trio elétrico trazido pela organização do grupo ficou estacionado na Praça. Equipes da SMTT tentavam organizar o trânsito na região para evitar congestionamentos.

Do lado de dentro, uma grande movimentação de pessoas contrárias ao tema segurava cartazes e gritava palavras de ordem. Do outro lado, integrantes ligados a grupos LGBT protestavam defendendo a descriminalização das discussões sobre gênero.

A secretária municipal de Educação, Ana Dayse Resende Dórea, disse esperar por uma discussão mais ampla e não apenas restrita a um dos pontos que aborda o Plano de Educação. “A presença dos grupos hoje aqui mostra que o processo democrático está funcionando, mas espero que essa movimentação seja uma preocupação com a educação municipal. Nós esperamos que os vereadores tratem a questão com bom senso e pensem nas crianças analfabetas que precisam ter acesso à escola. Temas mais graves que a de gênero precisam ser discutidos”, afirmou.

O presidente da Câmara, o vereador Kelmann Vieira (PMDB), destacou a importância do debate e afirmou que a Casa irá ouvir durante a sessão pública o que os grupos presentes tem a dizer para poder colocar a matéria em pauta. “Hoje todos os interessados no Plano de Educação estão presentes, então será um debate produtivo. Mesmo com a maioria dos vereadores se mostrarem contra alguns pontos do Plano, é preciso todos os grupos. Vamos aguardar o que será posto hoje e semana que vem o tema será discutido pelos vereadores”, disse.

A vereadora Heloísa Helena (PSOL), lamentou o fato de as atenções estarem apenas focadas em questões de gênero. Ela chamou a atenção para outras deficiências existentes na Educação e que, segundo a vereadora, precisam de urgência. “As pessoas estão se atendo apenas a questões sexuais, mas existem outras coisas a se discutir, como falta de estrutura, a acessibilidade e a evasão escolar”, analisou.

[b]Debates sobre gênero
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A mobilização em torno do tema divide opiniões, causa grande dentro e foda debate das redes sociais. Para o padre Luciano Duarte, um dos representantes da igreja católica na sessão pública, a igreja não é contra o Plano de Educação e não há discriminação por parte de qualquer grupo que esteja fazendo reivindicações. Ele frisou que uma das bandeiras da igreja católica é o combate á discriminação. “A questão de gêneros precisa de uma discussão para evitar um debate desnecessário. Independente de masculino e feminino, não se deve promover uma discussão dentro de uma sala de aula. Não se pode impor isso”, afirmou.

[b]Fonte: Cadaminuto.com.br via Correio do Povo[/b]

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