Um ícone de Jesus, entalhado num portão no Kremlin usado pelos líderes soviéticos, que foi murado na década de 30, durante os tempos de comunismo, foi liberado para visitação no sábado.

O presidente russo, Dmitry Medvedev, e o patriarca da Igreja Ortodoxa, Kirill, desvelaram o portão, que estava coberto há mais de 70 anos, exatamente no Dia da Assunção da Virgem Maria, no calendário Ortodoxo.

Não se sabe exatamente quando o ícone foi ocultado, mas imagina-se que tenha sido em 1937, quando as autoridades soviéticas comemoraram o 20o aniversário do golpe dos bolcheviques, que combatiam religiões organizadas e destruíram templos e ícones no país todo.

O ícone do século 16 foi encontrado quando os portões da Torre Spasskaya, a entrada principal do Kremlin com vista para a Praça Vermelha, foram reformados.

Durante seu discurso, o presidente Medvedev disse que o ícone, que mostra Jesus segurando o Novo Testamento, com santos russos abaixo dele, vai dar apoio moral à Rússia.

“Agora que temos o ícone de volta, nosso país conta com uma proteção a mais”, disse, depois que Kirill untou o ícone.

A presença oficial no evento é outro sinal da crescente influência da Igreja Ortodoxa Russa no país, que tem a oposição de grupos de direitos humanos e de outras religiões.

A tendência da consolidação da Igreja como uma força nacional na Rússia tem sido motivo de preocupação da população muçulmana no país, que passa dos 20 milhões de seguidores, assim como para aqueles que acreditam que a Igreja e o país devem coexistir separadamente.

A Igreja Ortodoxa sofreu uma renovação desde a queda da União Soviética, há quase 20 anos, encerrando décadas de repressão sob o domínio do comunismo, e os líderes russos a declararam como sendo a principal religião do país.

[b]Fonte: Estadão[/b]

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