O presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper, expressou solidariedade e proximidade à comunidade cristã copta do Egito — vítima de um ataque, após uma missa em celebração ao Natal ortodoxo, no qual nove pessoas morreram.

Em uma carta enviada ao Papa de Alexandria e Patriarca da Sede de São Marcos, Shenouda III, Kasper afirma que “todos os cristãos devem se unir frente à opressão e perseguir juntos a paz, que só Cristo pode dar”.

“Cada vez que os nossos cristãos sofrem injustamente representa uma ferida no Corpo de Cristo, do qual todos os crentes fazemos parte. Juntos dividamos esta tristeza e juntos rezemos pela reconciliação, a paz e a justiça”, acrescentou o presidente do Conselho Pontifício.

Kasper, que disse ter recebido com tristeza a notícia do atentado, também explicou que está orando pelo repouso das almas dos mortos e pela recuperação dos feridos, “assim como pelo conforto das famílias das vítimas”.

Pouco depois da meia-noite do dia 7, um veículo parou diante de uma igreja em Nag Hammadi, província de Qena, sul do Egito, e homens não identificados abriram fogo contra as pessoas que estavam no local. Entre as vítimas, oito cristãos e um agente de polícia.

De acordo com as autoridades, a agressão pode ter ocorrido em represália ao estupro de uma menina muçulmana. Os coptas são minoritários no Egito, uma nação predominantemente islamita.

O núncio apostólico no país africano e delegado da Santa Sé junto à Liga Árabe, Michael Fitzgerald, comentou o ataque dizendo que não se conhece seu exato motivo. Ontem, o bispo copta de Luxor, Youhannes Zakaria, havia atribuído a ação a um “um desenho para promover o islã político por parte de algumas forças”.

“Existem tensões. Estes atos de violência acontecem com uma certa freqüência e isso significa que a situação não é assim cor-de-rosa como apresentam-na as autoridades”, declarou Fitzgerald à agência católica Sir.

“Mais que diálogo, é preciso melhorar a convivência e construir uma confiança recíproca. E isso é um trabalho que se faz antes do diálogo”, acrescentou o núncio.

O presidente do Conselho Nacional para os Direitos Humanos do Egito e ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas, Butros Butros-Ghali, condenou a agressão e disse que o caso será investigado.

Fonte: Ansa

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