Um Novo Testamento concebido para os amantes do surfe, textos sagrados com letras grandes para quem costuma perder os óculos, discos com a palavra de Deus e uma bíblia em braile são algumas das novidades da feira ExpoCatólica, que acontece em São Paulo.

Quem não lê a Bíblia é porque não quer, vista a diversidade de opções oferecidas aos fiéis pelas editoras brasileiras, empenhadas em rastrear nichos de mercado para expandir a mensagem de Jesus Cristo e não deixar nenhum cristão insatisfeito.

Nesse sentido, desperta a curiosidade a “Bíblia do Surfista”, uma versão do Novo Testamento adaptada à linguagem dos praticantes deste esporte, cujos exemplares explicam a importância da palavra de Deus em suas vidas e na obtenção do sucesso sobre as ondas.

Editada pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) em colaboração com a Missão Surfistas de Cristo, o livro chama a atenção por seu formato moderno e atrativo para os mais jovens.

A SBB é responsável também pelo lançamento da Bíblia em braile.

Composta por 45 volumes, a Bíblia é dirigida aos deficientes visuais católicos, que também contarão com um guia de leitura para compreender a estrutura da obra, cuja linguagem foi adaptada.

Embora o objetivo seja a inclusão social dos cegos, o preço da Bíblia chega a R$ 3.150, valor que limita consideravelmente o número de pessoas que poderiam comprá-la.

“É difícil que apenas uma pessoa compre a Bíblia, mas o programa governamental de Inclusão do Deficiente Visual distribui volumes gratuitamente”, disse à Efe o secretário de comunicação da SBB, Erni Seibert.

A ExpoCatólica, que oferece todo tipo de objetos religiosos, dedica atenção especial às rotas da fé, tanto no Brasil como em outros países que estão presentes na feira para vender pacotes turísticos que, segundo eles, todo católico deveria visitar.

Polônia, França, Portugal, Itália e Espanha são alguns dos países de forte tradição católica que participam da feira com o intuito de oferecer viagens para santuários como a Basílica de São Pedro, da Nossa Senhora de Lourdes ou de Fátima.

“Os organizadores da feira descobriram que há uma necessidade de atender a cerca de 20 milhões de brasileiros que são potenciais peregrinos”, comentou Sandra De Angelis, editora chefe da revista “Paróquias e Casas Religiosas”.

“No Brasil, falta uma cultura para que esse turismo se desenvolva”, acrescentou De Angelis, que assegurou que “o setor não é avaliado no país, porque se acredita que pobre não faz turismo”.

A Itália lidera a demanda graças a atrações como o Vaticano, Roma, Assis ou Pádua, como explica Fernanda Longobardo, do Ente Nacional Italiano para o Turismo (Enit), que pela primeira vez montou um “stand” para vender viagens organizadas.

Além de estimular o comércio e o turismo religioso, o objetivo da feira é “explorar o negócio e mostrar que a fé produz bens e gera emprego e renda de uma maneira profissional”, afirmou Vitor Tavares, um dos organizadores do evento.

Segundo Tavares, cerca de 200 mil pessoas trabalham para a Igreja Católica no Brasil, o país com o maior número de católicos no mundo.

Fonte: EFE

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